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domingo, 27 de setembro de 2009

Uma questão de princípios

Neste texto irei tratar de uma questão geradora de muitos conflitos e reflexões. Quem hei de ser eu para questionar as atitudes dos outros, mas acho importante que pensemos sobre o assunto.
Uma palavra fortemente negativa e que traz consigo diversos tipos de aborrecimentos é a palavra traição. De acordo com o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, da Enciclopédia Barsa, traição significa: “Ato ou efeito de trair; Quebra de fidelidade prometida e empenhada; aleivosia, intriga, perfídia; Crime do indivíduo que, num estado de guerra entre potências, atenta intencionalmente contra a segurança da nação; Infidelidade no amor; Surpresa inesperada, emboscada.”
Vamos assumir alguns papéis e analisar algumas situações que são comumente relatadas ou mesmo presenciadas por nós em nosso dia a dia.
Primeiramente tomemos o papel de traidores (que palavra forte, não?). Quem trai provavelmente é motivado por alguma coisa. Quais são os argumentos de quem trai? Normalmente não existe muita variação: “Fui seduzida por aquele homem!”, “A carne é fraca!”, “Não pude fazer nada, aquela maluca me agarrou!”, “Meu marido não dá mais conta do recado!”, “Amo minha esposa, mas não abandono o sexo com minha amante!”. Estes são apenas alguns exemplos.
Para que qualquer tipo de relação estabelecida seja duradoura, é preciso que os laços que as amarram sejam laços de confiança, fortemente amarrados em bases sólidas de verdade. A traição pode ocorrer tanto no amor quanto na guerra, e em ambas as situações todo o contexto gira em torno dos princípios de cada um.
Voltemos aos traidores! Por quais motivos eles não admitem ser traídos? Para eles o ditado “quem com ferro fere, com ferro será ferido” é completamente improvável e inaplicável. Existe defesa para quem trai?
Passemos agora à posição de traídos. A princípio quem é traído é tomado por uma grande revolta. Não poderia ser diferente. Depositar a confiança em alguém ou acreditar em um ideal e sofrer um revés inesperado é algo difícil de suportar. Em torno da confiança transitam alguns sentimentos que se vêem devastados com a triste notícia da traição. Passe-se rapidamente pela cabeça a idéia de que tudo o que você acreditava começou a desmoronar e imagina-se há quanto tempo o fato vem ocorrendo.
Traidor e traído. Entender as motivações e atitudes que geram o incômodo conflito entre estes atores é uma tarefa singular. Como disse anteriormente, vai dos princípios de cada um.
Particularmente, acredito que antes de trair outra pessoa estaria traindo a mim mesmo e aos meus próprios sentimentos. Quebrar a confiança de alguém e faltar com a minha palavra representaria para mim a maior tortura que já existiu.
Na posição de traído, minha atitude, a princípio, não seria muito diferente da habitual. Não tem como não se decepcionar diante de uma infidelidade, mas entendo que todos merecem uma segunda chance. O importante é não se desviar daquilo em que se acredita e se tem como verdade para si, mantendo a consciência tranqüila.
Plantamos tudo o que colhemos e não há erro que não possa ser corrigido!

Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Energia sem limites

A cada dia me surpreendo mais com a capacidade de superação e renovação do ser humano. Existem, de fato, fatores motivacionais que contribuem para que algumas pessoas obtenham êxito naquilo que fazem, mas acredito que o que mais contribui para isto é o fato de gostarem do trabalho que realizam.
Quantas pessoas se prendem em atividades desgastantes, que não requerem todas as suas habilidades, não refletindo todo o seu potencial? Trabalham apenas para ganhar dinheiro e fecham seu campo de visão, se amedrontando diante da possibilidade de experimentar algo novo, atuar em outra área e descobrir novas oportunidades.
Todos temos atividades que gostaríamos de exercer e que se encaixam melhor em nosso perfil. Longe de mim dizer que a mudança é fácil. O mercado de trabalho está a cada dia mais competitivo e exigente, mas no meu ponto de vista ainda emprega mal, ou seja, não faz uma avaliação precisa das características de personalidade dos empregados. As empresas, em sua maioria, não se importam com a qualidade de vida de seus colaboradores e não canalizam o capital humano para áreas onde cada um gostaria e deveria realmente estar.
O fato de se estar empregado e infeliz é visto por muitos como vantagem sobre estar desempregado, afinal, entrar algum dinheiro é melhor do que ficar zerado. Discordo desta posição, e novamente digo que mudar não é fácil, porém nossas escolhas e decisões cabem apenas a cada um de nós. Quantas pessoas vemos no dia a dia trabalhando com a cara emburrada, atendendo-nos mal e até mesmo com grosserias? Será que estas pessoas estão felizes no trabalho? Será que já consideraram uma mudança? Será que gostam do que fazem?
Comecei o texto falando sobre a capacidade do ser humano de se superar. Vou terminá-lo contando a história verídica de um colaborador da empresa em que trabalho. Para não revelar ou expor a identidade dele irei me limitar a chamá-lo de Marcos.
Marcos foi um dos primeiros colaboradores de nossa empresa. Morava em Santa Luzia, cidade localizada na região metropolitana de Belo Horizonte-MG. Fazia todos os dias o caminho de 20 Km entre as duas cidades a cavalo, ida e volta eram 40 Km debaixo de chuva ou de um sol escaldante. Homem humilde, era responsável pela limpeza do escritório. Bastante comunicativo, simpático e educado, acompanhou o crescimento da empresa e se interessou por trabalhar na área de vendas. Buscou se capacitar e obteve o apoio dos fundadores para crescer profissionalmente.
Marcos plantou uma semente que viria a colher posteriormente. Visualizou uma oportunidade e foi em busca dela com os poucos, mas eficazes recursos que tinha. Um sorriso sincero, um bom dia dado com firmeza e vontade, um trabalho de qualidade, sempre pontual e disposto a ajudar.
Antes me impressionava como algumas pessoas parecem estar sempre ligadas no 220 V, como se diz. Hoje não mais. Compreendi que estas pessoas possuem uma energia sem limites, e que no final de um dia cheio de trabalho não se encontram estafadas mental e fisicamente. Tenho certeza de que elas colocam a satisfação pessoal acima de tudo e sempre buscam se superar, se impondo novas metas e desafios.
Marcos é um grande exemplo disto, depois de 14 anos de empresa é hoje um dos melhores gerentes comerciais que temos. Claro, abandonou o cavalo. Hoje mora em Belo Horizonte e possui 3 carros e uma moto. Vive feliz com a família, ganha dinheiro e faz o que gosta. Tem coisa melhor?

Fernando Christófaro Salgado

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Memórias intrincadas

É impossível se esconder de si mesmo. Tem coisas que fazemos e que gostaríamos de esquecer, porém elas ficam marcadas em nossa memória e de forma desordenada, vez ou outra aparecem como flashes e nos remontam aos dias em que os erros predominaram sobre os acertos.
Geralmente, todo problema mal resolvido acaba reativando nossa memória, remontando a ocasiões de infelicidade. Se ficaram resquícios de mágoa ou se foi gerado um conflito de valores próprios decorrentes de uma situação indesejada ou de uma atitude impensada, caso este conflito não seja resolvido, inicia-se um processo de desgaste psíquico que acaba virando uma tortura que dilacera a alma.
Como não nos é permitido voltar no tempo e corrigir nossos erros, temos o dever de pelo menos reconhecê-los e procurar maneiras de fazer com que o incômodo recorrente, que atordoa nossa mente, por sabermos que agimos incorretamente (não tinha a intenção da rima, hehe), seja sanado.
Quem nunca foi tentado a agir contra seus princípios e sucumbiu? Não me refiro à desonestidade ou à traição, me refiro à realização, por você mesmo, de uma atitude contrária àquela em que você acredita e tem como verdade para si. Seja no trabalho, seja em um relacionamento ou em outras situações da vida, diante de certas circunstâncias temos que “tapar o sol com a peneira” ou “seguir o curso do rio” para podermos seguir em frente e isto fica marcado no nosso subconsciente.
Ações contrárias a nossa crenças mais íntimas sugam as nossas energias e martelam nossa cabeça com um peso de um elefante gigante. Ninguém gosta de errar ou erra por querer. Como diz a música do Frejat: “Não deixe o sol morrer, errar é aprender, viver é deixar viver”.
Temos que nos deixar viver e apagar todas as memórias intrincadas de nossa memória, reacendendo o sol, nossa luz interior e buscando maneiras de reverter ou ao menos apaziguar a sensação de que você não foi capaz de resolver ou contornar um evento infeliz.
Com humildade e resignação podemos sim fazer melhor por nós mesmos e tentar agir sempre de acordo com o que acreditamos ser o melhor para os outros!

Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 12 de setembro de 2009

Selo: Somos todos irmãos


Hoje para mim é um dia especial e fiquei muito contente quando liguei o computador e vi a oferta deste selo pela querida Maria José, que acompanha meus textos e sempre traz belos comentários. Como não podia deixar de ser também sigo o blog dela, uma verdadeira Arca do AutoConhecimento (http://arcadoconhecimento.blogspot.com/) que tão belos ensinamentos proporciona.
Como estava dizendo, hoje é um dia especial para mim porque é aniversário de minha irmã. Irmã que Deus me deu, que vi nascer e que me acompanha em todos os dias de minha vida, amiga e confidente, pessoa iluminada que tenho a sorte de compor minha família.
Para registrar o significado deste selo segue o que ele representa:
Este selo representa a fraternidade, idéia que estabelece que o homem fez uma escolha consciente pela vida em sociedade e para tal estabelece com seus semelhantes uma relação de igualdade, ou seja, nada os diferencia, todos são irmãos, todos são iguais.

Irmã de sangue só tenho uma, mas me vejo abençoado por estar vivo e acreditar que irmãos são todos aqueles que compartilham comigo a dádiva de habitar este planeta. Quando todos entenderem que somos todos iguais e que a "capa" com que nos revestimos nada mais é do que algo frágil e passageiro e que só alma sobrevive às vicissitudes do tempo viveremos na completa paz.

Fernando Christófaro Salgado

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Uma centelha de esperança

Diante das várias adversidades pelas quais passamos, às vezes pode parecer difícil tiramos o pé da lama. Quando as coisas começam a desandar, parece que nada mais vai dar certo. A televisão nova não liga, seu ônibus atrasa e você perde o horário para uma entrevista de emprego (lembrando que você foi demitido na semana passada), você continua a pagar as prestações de seu carro que sofreu perda total e não tinha seguro, você sai com o céu limpo e ensolarado e retorna ensopado pela chuva, pessoas importantes para você se mudam ou se afastam e as cobranças e expectativas continuam presentes da mesma forma.
Como já tratado aqui anteriormente, no estado evolutivo em que nos encontramos não nos é dado viver em um ‘mar de rosas’. Ciclos ou fases de tempestade ou bonança se alteram continuamente, por períodos mais ou menos prolongados. Cabe a nós e tão somente a nós definir a maneira com que vamos enfrentar cada ciclo.
Uma coisa que aprendi a duras penas é não temer o futuro. Por pior que possa parecer a fase em que você se encontra, por mais que você pense que está próximo do fundo poço, que se esgotaram todas as suas possibilidades e que a luz foi dominada pelas sombras em sua vida tenha certeza de que dentro de ti ainda existe uma centelha de esperança que pode ser nutrida e acender novamente a chama do entusiasmo de viver.
Para auxiliar esta centelha a ampliar sua força, Deus nos envia sinais e anjos que se transmutam em pessoas. Estas pessoas surgem em nossas vidas para nos dar um novo suporte e nos guiar por caminhos menos tortuosos, de forma que possamos vislumbrar a chegada de dias melhores.
Saber reconhecer e valorizar aos sinais e as pessoas que tentam nos auxiliar e que chegam em nossas vidas de forma inusitada é tarefa que requer bastante atenção. Não devemos nos fechar a novos relacionamentos e possibilidades quando temos a chance de fazer algo melhor.
Acreditar que cada dia é um novo dia para aprender e manter a fé inabalável em um futuro melhor para si e para todos traz a paz interior, revigorando continuamente a vontade de se superar.

Fernando Christófaro Salgado

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A indiferença faz a diferença

“O contrário do amor não é o ódio, é a indiferença” - Martha Medeiros

Se pudesse definir o quanto somos diferentes e instáveis diria que somos um poço de sentimentos que podem ser conflitantes e mutáveis, que variam de acordo com nossa maturidade e com as circunstâncias em que estamos vivendo. Muitas vezes incontroláveis e involuntários os sentimentos surgem em nossos corações e nele se fixam e se enraízam, para o bem ou para o mal.
Não caberia neste breve texto discorrer sobre a diversidade e intensidade de sentimentos que uma única pessoa pode ter durante a vida, mas sim sobre as experiências e oportunidades que alguns deles podem nos trazer, beneficiando nosso dia a dia e nossas relações com os outros, com o mundo e com a vida em geral.
Há de se dizer que todo o sentimento é válido, uma vez que provoca sensações e gera atitudes que devemos aprender a controlar e administrar da melhor forma possível. A falta de sentimento, mesmo que seja um sentimento negativo, representa a total indiferença, e esta sim, é a pior atitude a se tomar diante de alguém ou de alguma situação onde se entende que a coisa certa a se fazer não está sendo realizada.
Ser indiferente é não dar a mínima, é deixar de responder quando questionado, é apagar o telefone e passar uma borracha no passado, é não se importar com o outro, é esquecer o que não era para ser esquecido, é tirar o valor do que não tinha preço, é desconhecer a força e a intensidade de um amor verdadeiro.
Concordo com a frase da escritora Martha Medeiros, realmente o contrário do amor não é o ódio, para odiar é preciso ao menos se lembrar e nutrir algum sentimento pelo outro, reconhecer sua existência e direcionar toda a raiva e rancor para ele. Por mais que seja baixo, mesquinho, feio e ruim, o ódio não deixa o outro no esquecimento. Ele consome nosso tempo e nos angustia, gerando novas sensações e fazendo com que deixemos de ter razão, mas mantém, ainda que no nosso inconsciente, a necessidade de estarmos em contato (mesmo que pelo pensamento) com o odiado ser.
A indiferença faz toda a diferença quando posta em prática. Perde-se totalmente o vínculo, arrebenta-se a corda que antes tinha nó de marinheiro e coloca-se um muro intransponível na relação, de nada adiantam os esforços de quem luta para manter acesso o brilho e fogo de um amor que ardeu em brasa, mas que hoje nem em suspiro sobrevive.
A indiferença, pior que o ódio, dissipa e anula toda uma história e deixa marcas mais profundas e tristezas mais dilacerantes que este outro. Não devemos nos mostrar indiferentes a ninguém, pois desta forma tiramos todo o valor do outro e nos carregamos de um egoísmo capaz de ser o mais prejudicial sentimento que podemos transportar.
Entender o valor de cada um e demonstrar isto não só com palavras, mas também com atitudes fará muito mais diferença que ser indiferente ao sentimento dos outros.

Fernando Christófaro Salgado

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Não crie expectativas

O que esperar dos outros? O que os outros esperam de nós? O que esperar de nós mesmos? Três questionamentos próximos, porém, a meu ver, que trazem reflexões e respostas distintas.
A expectativa é a esperança fundada em promessas, viabilidades ou probabilidades.
Realmente acredito que não devemos esperar nada dos outros, não por não confiar em ninguém, o problema é que quando criamos expectativas em relação a alguém estamos transportando para esta pessoa uma vontade nossa, e entregando para ela responsabilidades que ela talvez não esteja pronta para assumir. Podemos até esperar, mas nunca cobrar por algo que supera as possibilidades do outro em um dado momento.
Uma questão básica e fundamental que envolve o assunto é o respeito. Devemos respeitar e aceitar as escolhas e decisões das pessoas que amamos, sempre mostrando alternativas, mas nunca reivindicando que elas sejam acolhidas.
De outra forma, em uma análise sobre o que os outros esperam de nós, penso que não deveríamos nos preocupar com isso, não somos obrigados a satisfazer tudo que nos é solicitado ou a apresentar resultados que não condizem com nossas capacidades, vontades e desejos. Atender e corresponder a tudo o que os outros esperam de nós seria uma tarefa hercúlea, visto que pessoas diferentes possuem pontos de vista diferentes e nos enxergam e idealizam de formas distintas.
Por fim, o que esperar de nós mesmos? Sobre esta situação podemos ter total domínio e controle, basta nos conhecer melhor a cada dia. Quanto mais nos conhecermos mais saberemos nossos limites e melhor poderemos projetar nossas expectativas sobre nosso futuro e nossas relações.
Uma coisa, porém, é fato, devemos esperar e procurar sermos pessoas melhores, mais receptivas aos problemas dos outros e reativas aos nossos problemas.

Fernando Christófaro Salgado