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domingo, 12 de dezembro de 2010

Revelações inesperadas

Como já diz o ditado, “nem tudo que reluz é ouro”. Surpresas boas, logicamente, são sempre bem vindas, mas o desapontamento que temos com algumas revelações inesperadas são fonte de tristezas que machucam e demoram a cicatrizar.
Por mais que acreditemos conhecer bem uma pessoa, ainda assim, não estamos livres de sermos surpreendidos negativamente por elas. Sem motivo, ao menos aparente, alguns indivíduos apresentam ações, reações ou decisões que contrariam completamente o bom histórico da relação que possuíam conosco, se revelando verdadeiros estranhos.
Por maior que seja a complexidade de nossas mentes, o tamanho de nossos problemas ou as diferenças que possuímos entre nós, sempre existirá a busca pelo equilíbrio que proporciona nosso convívio em sociedade e nossa evolução como pessoas; ao menos este é um dos pontos do que é esperado de nós. Agir de forma diferente disto é fugir da nossa natureza humana e retroceder na própria capacidade de desenvolvimento e aprendizado, é estacionar na própria existência, se fechando para as oportunidades que a vida oferece.
Quando uma pessoa de nosso convívio próximo se revela o contrário daquilo que idealizávamos, geralmente tomamos um baque que nos paralisa, nos deixa totalmente sem reação. Saber da insignificância que temos para alguém que era merecedor de toda nossa confiança e atenção não é fácil.
Tentar entender o que se passa na cabeça dos outros é um trabalho para profissionais, e mesmos estes não são capazes de desvendar todas as potencialidades e especificidades da mente. Pessoas com problemas muitas vezes não aceitam que os têm e se tornam individualistas, não aceitam a ajuda ou opinião de ninguém, pensam ser auto-suficientes para tudo e acabam por descontar suas frustrações em quem estiver mais próximo, independentemente de quem seja.
A instabilidade emocional e a falta de uma boa estrutura familiar são fatores que contribuem para que pessoas possam perder o equilíbrio, mas nada justifica a falta de consideração que é apresentada por aqueles que exibem atitudes repreensíveis e inesperadas sem motivos aparentes, nada justifica o orgulho e o egoísmo de quem renega uma história de vida por causas próprias e desconhecidas. Nada justifica um súbito revés em uma relação sólida, seja de amizade, familiar ou amorosa.
Quando somos pegos assim de surpresa, por este péssimo tipo de surpresa, não há muito que fazer. Mesmo que se construa o entendimento novamente, as estruturas da relação se manterão sempre abaladas.


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Crise nas infinitas terras

De tempos em tempos coisas ruins e inesperadas começam a acontecer em nossas vidas, somos bombardeados por fatos e notícias que nos desagradam, e o que mais impressiona é que elas ocorrem seguidamente, nos atingindo por todos os lados.
Não é fácil compreender que tudo tem seu sentido de ser, nestas situações nos colocamos facilmente como vítimas de olho gordo ou até mesmo da ira divina. Porém, muito do que sofremos é conseqüência dos nossos próprios atos, da nossa falta de atenção e da nossa falta de paciência.
Somadas as nossas falhas como seres humanos, ainda temos que suportar perdas inesperadas de entes queridos, doenças de diferentes níveis de gravidade a que estamos sujeitos, acidentes de trânsito, assaltos, perda de bens materiais que batalhamos para conquistar, dentre outras adversidades que podem tornar nosso dia a dia mais complicado.
A vida é feita de altos e baixos. Tendemos a sobrevalorizar as crises, pois elas nos marcam muito mais do que os êxitos que conquistamos. Talvez estas crises sejam necessárias para nos fazer refletir se estamos tomando as decisões corretas, se somos a pessoa que gostaríamos de ser e se os outros nos enxergam da maneira que pensamos e gostaríamos. Elas também podem servir para nos deixar mais bem preparados para novas quedas e imprevistos.
Quando olhamos para frente e enxergamos problemas por todos os lados, de uma forma involuntária acabamos por atrair estes problemas, atraindo também energias negativas daqueles que almejam o nosso mal.
Graças a Deus não existem crises sem fim! Por mais que pareça que está tudo conspirando contra nós o olhar Dele não se desvia de um só ser que habita nosso planeta. No momento certo todos nós vamos compreender plenamente os motivos pelos quais passamos por momentos tão difíceis e vamos conseguir agradecer com sinceridade por termos chegado um pouco mais próximo de sermos verdadeiramente justos e bons.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Pedras no caminho

Pessoas são como pedras. Umas são como brita, não valem praticamente nada, outras são como rubis ou diamantes, raras e preciosas.
Encontramos ao longo da vida gente que é como pedra no sapato, que incomoda, incomoda, mas não nos impede de seguir em frente.
Temos ainda as pedras que ferem, não fisicamente, mas moralmente, e que atire a primeira, aquele que nunca descarregou o peso de sua raiva e revolta em quem, mesmo em pensamento, não deveria.
Pedras são o resultado de mudanças constantes na natureza e cada uma possui uma conformação diferente. Por exemplo, o granito é uma rocha ígnea de grão fino, médio ou grosseiro, composta essencialmente por quartzo e feldspatos. Também somos o resultado de mudanças constantes que se dão ao nosso redor e em nosso interior. Nosso jeito de ser depende, em última análise, daqueles com quem nos associamos e convivemos.
Alguns relutam em mudar, mas, lembrando o ditado: “Água mole e pedra dura, tanto bate até que fura”. Muitas vezes, realmente, não é fácil mudar, seguimos tirando leite de pedra, mas uma hora ou outra as coisas se acertam, não importam quantas pedras no caminho apareçam.


Fernando Christófaro Salgado

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Viver ou apenas existir

É engraçado como as coisas vêm e vão. Como tudo pode ser visto de diferentes ângulos. Como variam nossos sentimentos, estados de alegria que se alternam com tristezas. Seria incorreto dizer que o fato de vivermos, compartilharmos experiências, fazermos parte da vida dos outros e termos importância genuína no contexto em que estamos inseridos, muitas vezes dá lugar ao fato de somente existirmos?
Numa reflexão podemos pensar: qual é a significância que temos para os outros? Se sumíssemos, desaparecêssemos da face da Terra, quem sentiria a nossa falta? Quem iria a nossa procura? A rotina que compartilhamos com outros seria a mesma sem nossa presença?
As respostas para estas perguntas são simples, para algumas pessoas vivemos, somos importantes, se sofrermos ou ficarmos mal, elas sofrem também, se preocupam. A nossa ausência é sempre sentida e lamentada. Para outras, no entanto, simplesmente existimos. Se de uma hora para deixarmos de existir não iremos deixar marcas, saudades ou lembranças.
Neste último caso somos vistos como a página de um jornal do dia anterior, irrelevantes e, portanto, descartáveis. É como receber a notícia de que faleceu uma pessoa que apenas conhecemos de vista e não temos contato. Por não fazer parte de nosso convívio, reservamos pouca importância para o assunto.
Em meio a tudo isto, uma coisa é fato. Tanto a quantidade de pessoas que entendem que apenas existimos quanto à de pessoas que valorizam nosso convívio são proporcionais à quantidade e, principalmente, à qualidade das relações que possuímos.
Será que estamos vivendo mais ou só existindo pelos caminhos que trilhamos? Cabe a cada um fazer sua própria avaliação.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Nada é por acaso

Posso dizer, sem sombra de dúvidas, que se enganam aqueles que acreditam que as coisas mais marcantes em nossas vidas acontecem por acaso. Estes eventos são como marcos, que ocorrem com a devida conveniência, para alterar nossa rotina e para nos fazer pensar na maneira como estamos encarando a vida e em que sentido podemos melhorar.
Muitas vezes ignoramos os avisos que o destino se encarrega de nos dar, relevamos os fatos e permanecemos cegos diante das oportunidades de agirmos de maneira diferente.
Existem escolhas que ultrapassam nossa vontade individual, como conseguir um emprego onde a qualificação dos candidatos é a mesma que a sua ou até mesmo superior, ou manter um relacionamento saudável por um longo período de tempo.
Acredito que uma conjuntura de fatores e necessidades mútuas são responsáveis por nos encaixar nas engrenagens do mundo. Nascemos e crescemos com ou sem família devido a um motivo, estudamos, criamos amizades e percebemos afinidades por outros motivos, trabalhamos em um determinado local onde existem pessoas que, de um jeito ou de outro, estão ali para que possamos com elas aprender não só como desempenhar funções, mas também a conviver de forma harmônica, crescendo pessoal e profissionalmente.
É certo que para alguns o caminho é mais árduo que para outros, ainda assim, isto não é por acaso. Caminhar a duras penas é um fardo difícil de ser carregado, mas não impossível. Por vezes parece que tudo conspira contra nós, mas, repito, apenas parece.
Voltando a falar de escolhas, por termos o livre arbítrio, somos nós mesmos que definimos aquilo que queremos, com base em nossa própria experiência ou concordando com as sugestões dos outros. Nem sempre fazemos as escolhas certas e nem sempre o que escolhemos se mantém correto por tempo indefinido. As pessoas mudam e é natural que, com o tempo, mudem também suas prioridades.
Quando tudo parece dar errado não foram nossas escolhas que foram, de todo, erradas. A força do destino simplesmente não quis que estivéssemos inseridos em um contexto onde o aprendizado seria menor, onde os desafios talvez fossem desnecessários ou onde não estivessem pessoas que deveriam, em algum momento, passar por nossas vidas e deixar suas marcas.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

I-n-v-e-j-a

A natureza humana, infelizmente, não possui como pilares apenas sentimentos nobres. É, como se sabe, necessário se passar por várias experiências, nem sempre agradáveis, para aprendermos tudo àquilo que devemos para lidar com nossos próprios conflitos e para nos tornarmos pessoas melhores no trato com os outros.
Um dos sentimentos mais mesquinhos e sem fundamento que afloram daqueles que ainda não aprenderam a se valorizar e a valorizar o que possuem é a inveja.
A inveja, em determinadas proporções, pode ser destruidora. Em seus primeiros estágios temos a chamada “inveja saudável” (se é que isto existe), que é aquela onde a pessoa apenas diz: “Queria ter um carro igual ao do fulano!”, e em sua cabeça imagina e planeja o precisa fazer para satisfazer este desejo. Caso não seja possível nem em longo prazo alcançar o intento, também não fica chateada e se sente feliz pelo outro ter conseguido realizar o que ela não pôde.
Em um segundo estágio, começa-se a falar mal e a comparar-se com os outros, tentado sobrevalorizar suas posses e conquistas em detrimento das novas aquisições e conquistas alheias. “Fulano não merecia aquele emprego!”, “Cicrano não tem onde cair morto e comprou uma TV LDC de 50 polegadas!”.
No terceiro e mais corrosivo estágio, os invejosos fixam o “olho gordo” e passam não apenas a difamar e se comparar com os outros, como também a desejar, continuamente, o mal daqueles que possuem o que ainda não alcançaram.
É triste termos que conviver com pessoas assim. Se elas focassem menos nos outros e mais em si mesmas, ou ainda, se entendessem que, exceto por meios escusos e ilícitos, tudo o que se conquista é através do trabalho, esforço e mérito próprio e que nada cai do céu, elas poderiam ter outra visão sobre aquilo que os outros possuem.
A inveja tem o poder negativo de desagregar relações, afastar pessoas e causar o mal para quem fica sob seu alvo. Para estes que estão sob sua mira, não resta opção que não seja pedir a Deus para que ilumine e dê força e coragem àqueles que ainda não sabem conviver com o bem estar de outros.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

As sombras que esclarecem

Há alguns anos atrás, participei de uma excursão onde fui visitar uma gruta bastante extensa. A luz adentrava pelas frestas nas rochas até certo ponto, mas havia um local onde a escuridão era praticamente total e muitos dos ali presentes sentiram certo desconforto por se encontrarem perdidos, sem saber que direção tomar naquele breu.
Foi quando o guia nos alertou: “Calma pessoal, nós somos seres capazes de nos adaptar as mais diversas situações! Com o tempo suas pupilas irão se dilatar e vocês começarão a ver o contorno das rochas e das pessoas que estão ao seu lado!”. Passaram-se alguns segundos e se cumpriu o que fora dito, não havia mais motivo para pânico.
As sombras geralmente são ligadas ao medo, ao terror, a situações aflitivas, mas nem sempre elas escondem algo indesejado. Muitas vezes elas acabam sendo necessárias para nos direcionar melhor.
Existem pessoas que exibem um comportamento sombrio, mas nem por isso elas devem ser mal compreendidas, pelo contrário, elas devem ser auxiliadas, na medida do possível. Assim como podemos nos adaptar e enxergar nos ambientes mais escuros, também podemos imaginar que as sombras têm seu motivo de existir e viver nelas é apenas uma opção, visto que podemos sempre iluminar nossa mente com pensamentos positivos e elevados.
Em que sentido as sombras são esclarecedoras?
As sombras são esclarecedoras a partir do momento em que nos fazem lembrar o quanto a luz é importante em nossas vidas e o quanto, mesmo nas situações mais conflitantes e difíceis, podemos nos superar e dar a volta por cima, superando a escuridão que invariavelmente perturba nossas almas.



Fernando Christófaro Salgado

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Um pouco de serenidade

Tem certos dias em que o aconchego do nosso lar basta para que possamos nos sentir melhor. Nada como chegar em casa de um dia de trabalho e correria, tirar os sapatos e meias, andar descalço, abrir a geladeira, tomar uma água bem gelada e deixar o tempo passar assistindo a um bom filme.
Hoje em dia é comum ver pessoas que não se desligam do trabalho em nenhum momento, alguns por necessidade, outros por obsessão. Estas pessoas têm suas vidas tão atreladas ao serviço que acabam por se esquecer da vida social e ficam constantemente preocupadas com os resultados que devem apresentar para se manterem empregadas.
Assuntos de trabalho devem ser resolvidos no trabalho, qualquer assunto que envolve a empresa e é tratado fora dela se constitui hora extra e deveria ser considerado como tal.
Já passamos muito tempo de nossas vidas trabalhando, se deixarmos que nossas horas vagas sejam dominadas por assuntos que envolvem o dia a dia empresarial corremos o risco de nos tornarmos pessoas extremamente alienadas, que não sabem conversar sobre outro assunto que não seja referente ao local e aos colegas de trabalho.
Para se ter serenidade é preciso gostar do que faz. Só é sereno aquele que gosta do que faz e faz bem feito, pois a este não restam dúvidas de que não precisará repetir aquilo que realizou ou de que a cobrança sobre ele não será atendida.
Dizem que o trabalho dignifica, sem dúvida esta é uma verdade, mas de nada vale o respeito dos outros se não nos respeitarmos, nos estressando e acabando com nossa saúde com preocupações que muitas vezes extrapolam nosso campo de ação.
Para quem ainda está nessa de tentar carregar o mundo pelas costas sugiro que comece a procurar por um pouco mais de serenidade.


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Sal Agosto

Mais um mês de agosto chega ao fim. Geralmente, quando existe o sentimento de que o tempo está passado muito rápido, nem se percebe que se está relegando ao esquecimento coisas que fogem da rotina. Deixamos tudo ficar como está e arrumamos mil desculpas para não fazer as coisas que deveríamos ou até mesmo que gostaríamos.
Fazendo uma pequena analogia com o mundo gastronômico, quando temperamos algum prato, na receita costuma estar escrito: “Adicionar sal a gosto”. Agosto. Neste mês que termina, convido todos a temperar a vida na medida certa, de que forma que ela se torne mais saborosa, mais prazerosa de ser vivida.
Temos tantos dissabores no dia a dia que paramos de sentir o gosto bom de uma vitória, de uma conquista, deixamos de nos comover com o sorriso inocente de uma criança, esquecemos de cuidar da nossa saúde de forma adequada, para nos preocupar com problemas que muitas vezes nem nos dizem respeito ou que não vão de encontro com nossos reais objetivos.
Para que isto não ocorra, existem várias maneiras de temperamos nossos dias: fazendo exercícios regulares, lendo um bom livro, escrevendo textos, tocando música, cuidando de animais, conhecendo novas pessoas ou contatando velhos amigos. Tudo depende do gosto do freguês, que não pode se alienar e se deixar enganar pelo comodismo inoperante.
Por mera curiosidade, o nome do mês de Agosto foi adotado em 27 a.C., em homenagem ao primeiro imperador romano, César Augusto.


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 22 de agosto de 2010

A vida em um dia

Tomei conhecimento estes dias de um projeto bastante interessante que foi vinculado através do YouTube e que teve como objetivo elaborar um documentário que representasse uma experiência global única, onde fosse rodado o primeiro longa metragem do mundo filmado por usuários.
Os participantes tiveram 24 horas para filmar um trecho de suas vidas, apenas no dia 24 de julho de 2010. Acredito que a divulgação do projeto não foi muito grande, talvez pelo curto período de inscrição e envio dos vídeos, mas ainda dá tempo de conhecer mais sobre o projeto.
O documentário experimental foi produzido por Ridley Scott e dirigido por Kevin Macdonald, premiados nomes do cinema. As filmagens mais interessantes e originais estão sendo editadas e o filme “A vida em um dia” será lançado no Sundance Film Festival em janeiro de 2011.
Saber um pouco sobre a vida das pessoas de qualquer lugar do mundo, o que elas estão fazendo, do que elas gostam e o que as incomoda é intrigante. Este papel vem sendo cumprido com maestria pelo Twitter, mas o que se pretendeu com “A vida em um dia” foi mostrar isso através de imagens que representassem as diferentes visões que temos das coisas.
Podemos realizar diversas atividades num mesmo dia, cada um tem sua rotina e é responsável por administrá-la. Através do registro de tantos momentos e de tantas pessoas poderemos refletir e afirmar que realmente vivemos uma vida a cada dia.
Informações e vídeos dos participantes podem ser vistos no site: http://www.youtube.com/lifeinaday?x=three.


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 15 de agosto de 2010

Efeito maracujá

Todos nós estamos fadados a envelhecer, mas é a maneira com que cuidamos de nossa mente, corpo e espírito que determina a qualidade de vida e a saúde que teremos no futuro.
O mês de agosto é o mês em que sofro o que chamo de efeito maracujá. Um dia fomos uma semente na barriga de nossas mães e é quando saímos de lá que começa a contagem de nossa idade. Nossa aparência vai mudando com o tempo e, assim como o maracujá, um dia ficaremos murchos e enrugados, mas é sempre bom lembrar que é nesse estado que o caldo do maracujá se encontra mais doce e gostoso.
Viver uma vida saudável, com boa alimentação e exercícios regulares, sem esquecer de cuidar da mente, eliminando o stress e exercendo a paciência é uma forma de nos tornamos cada vez menos azedos com os outros e com nós mesmos.
Quando fazemos aniversário devemos refletir sobre como estamos envelhecendo, se, olhando pra trás, fizemos reclamações exageradas, cobranças indevidas, se estamos em débito com alguém e se estamos felizes com o que fazemos. Devemos ainda repensar como queremos estar no futuro.
A aparência física que temos ou que teremos não determina quem somos. Por mais que avancem as fórmulas de produtos cosméticos anti-rugas ou que aumentem a precisão e perfeição das cirurgias plásticas não há como conter os efeitos do tempo e da gravidade por completo.
Quanto mais envelhecemos mais devemos ter a certeza de que somos nós mesmos que determinamos a idade que temos, nos conhecendo cada vez mais, assim como nossas virtudes e limitações. Devemos tentar ser pessoas mais fáceis de conviver, nos tornando menos inflexíveis e mais abertas a críticas. Seguindo este pensamento é razoável dizer que nunca deixaremos que a jovialidade se afaste de nós, mesmo se estivermos com a pele enrugada e com os cabelos brancos.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 31 de julho de 2010

Controle total ou parcial?

É interessante observar as relações que temos com outras pessoas e o quanto elas podem interferir em nossas escolhas, ações e reações. Pode ocorrer que, por falta de experiência de vida ou imaturidade, acreditemos não sofrer nenhum controle por parte dos que convivem conosco, pode acontecer de sermos influenciados parcialmente ou, ainda, de nos tornarmos espécies de marionetes.
De um jeito ou de outro, é quase impossível dizer que não sofremos influência do meio em que vivemos ou de parentes, amigos e colegas. Por mais independentes, fortes e determinados que possamos ser ninguém vive sozinho, e poucos se sentem confortáveis em tomar decisões difíceis sem consultar outras pessoas.
A idéia de estar sofrendo algum tipo de controle não passa pela cabeça de ninguém e é até mesmo incômoda, mas se observamos com atenção, quando realizamos coisas que nos deixam insatisfeitos, ou melhor, que não refletem de verdade aquilo que gostaríamos de estar fazendo, estamos sendo controlados pela situação ou por quem nos induziu a estar nela.
Simplesmente para atender ou tentar superar as expectativas de outras pessoas, às vezes, nos “deixamos” ser manipulados por medo ou para não magoá-las, e passamos a viver vidas que não são nossas, seguimos caminhos que nos desvirtuam daquilo que realmente queremos e geramos uma infelicidade que, quanto mais represada, mais prejudicial é para nós.
Controle entendido como influência não é de todo ruim, pois é o controle parcial, que não sai de nossas mãos, podemos aceitá-lo ou não, mas quando este passa a ser entendido como manipulação, como citado acima, aí sim, querendo ou não, ele foge de nosso domínio e passa a não ter mais nenhum contorno benéfico.
A cada dia nos descobrimos cada vez mais e os controles são necessários e extremamente importantes para que conheçamos nossos próprios limites e quando é possível ultrapassá-los, para asseverarmos nossas convicções e deixarmos transparecer nossa vontade e personalidade sem que elas sejam distorcidas por quem quer que seja.
Fiquemos atentos para nunca sermos controlados totalmente, vivendo uma vida que não nos pertence.


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Faz de conta

A vida é um eterno faz de conta
Faz de conta que o filho cresceu
Que você de nada esqueceu
E que o salário nunca encolheu

Faz de conta que cigarro não mata
Que na Amazônia não se desmata
Normal termos políticos na mamata
E o povo num só nó que não desata

Faz de conta que conhece a verdade
Se ilude, esconde a própria identidade
Escondido, acha correto a maldade
Compromete, por pouco, toda atividade

Faz de conta que o Brasil é uma potência
Que ninguém aqui luta pela sobrevivência
Que o nosso futebol é imbatível, paciência!
E que, para todo mal, deve haver clemência

Faz de conta que tem sempre a razão
Que não age por impulso ou emoção
Que não lembra aquela velha canção
Ou que não reconhece a real diversão


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Mais do mesmo

Estive refletindo sobre como nossas reações com relação a coisas não habituais em nossa rotina se tornam medíocres com o tempo e o quanto elas são reativas, ao invés de serem preventivas. Relaxamos com o estado da situação presente e esperamos vivenciar um problema para, então, tomarmos as ações necessárias.
Muitas vezes somos cobrados pelos outros ou por nós mesmos a apresentar um resultado melhor do que o atual, mas nem sempre ocorre uma cobrança mútua e contínua. Não basta que haja cobrança de uma parte sem comprometimento real da outra, da mesma forma que não basta que haja comprometimento de uma parte, sem que haja uma avaliação regular de desempenho e a conseqüente cobrança dos resultados esperados.
Para que as mudanças sejam efetivas e eficazes não podemos continuar a entregar sempre mais do mesmo, em outras palavras, não podemos deixar a peteca cair. As melhorias, em qualquer âmbito da vida, não se dão da noite para o dia e, de um jeito ou de outro, elas devem ser preservadas.
Para que possamos nos sentir motivados precisamos ter metas que sejam alçáveis e desafiadoras. Estamos sempre em busca de reconhecimento, seja pessoal, profissional ou financeiro e ninguém faz nada de graça, mas dependendo do contexto em que nos encontramos, temos também que nos flexibilizar e contribuir para que seja atingido um objetivo maior que, em um primeiro momento, possa parecer irrelevante para nós.
Se ficarmos presos apenas àquilo que estamos acostumados a fazer, sem desenvolver uma visão periférica do meio no qual estamos inseridos podemos até atingir todas as nossas metas atuais, porém não estaremos nos atualizando e nos capacitando a antever adversidades.
No mundo empresarial, a receita para não errar é estabelecer e seguir normas, padrões e procedimentos. Quando fizer alguma coisa, deve-se planejar e executar de forma bem feita, para que não haja retrabalho ou até mesmo um retrocesso. Na vida pessoal é preciso buscar nas experiências passadas os erros e acertos, filtrando, mantendo e melhorando apenas aquilo que foi bom. Um ponto importante em ambas as situações é que sempre devemos ter um feedback e, se ele não ocorrer, devemos cobrar constantemente daqueles com que nos relacionamos.
Enfim, deixemos de entregar mais do mesmo e passemos a entregar mais que o mesmo!


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 18 de julho de 2010

Gritos de opressão

Nestes dias que se passaram assisti a uma palestra que abordou, dentre outros temas, os modelos mentais que involuntariamente seguimos, ou melhor, que somos condicionados a seguir, devido ao meio e as experiências que vivenciamos com o decorrer do tempo. As diversas mudanças que ocorrem no mundo dinâmico e globalizado fazem com que nossos modelos mentais evoluam constantemente, porém esta evolução nem sempre é perceptível ou aceitável.
A alteração dos modelos mentais que nos governam passa pelo ponto da quebra de paradigmas. Estes modelos devem servir como direcionadores e não como condicionadores em tomadas de decisão, do contrário eles começam a oprimir a criatividade individual.
Um exemplo simples para representar o quanto compartilhamos modelos mentais semelhantes pode ser demonstrado se pedirmos para um grupo de pessoas desenharem e colorirem um marciano, ou, para simplificarmos, pedirmos que apenas imaginem como seria um marciano. Grande parte deste grupo irá relatar que pensou em um homenzinho verde, com ou sem antenas. Se alguém pensar em marciano rosa, haverá comentários e questionamentos por parte dos outros. Isto porque, por anos e anos, sempre vimos em filmes de ficção científica ou em desenhos que os marcianos são criaturas verdes e é esta a idéia que está consolidada em nosso subconsciente.
Apesar de possuírem alguns modelos mentais parecidos, por viverem em uma mesma sociedade, sob mesmas características culturais, cada pessoa desenvolve e pratica os modelos que acredita serem os mais corretos para o presente estágio de sua vida, porém, se der ouvidos para os gritos de opressão advindos daqueles que pretendem cercear sua liberdade e sua criatividade, pouco irá evoluir para novas descobertas e para reafirmação de seus próprios conceitos, em limites extremos, poderá viver uma vida que não é a sua, por refletir os modelos mentais que outros “criaram” e “impuseram” para ela.
Em suma, devemos entender que apesar de existirem padrões de entendimento sobre determinadas coisas, nem sempre eles constituem verdades absolutas. Todas as pessoas pensam de maneira diferente, porém umas admitem as barreiras e se encolhem diante das dificuldades, proferindo frases como: “Sempre foi feito assim, porque mudar?”, “Já tentei e não deu certo.”, “Vão te chamar de louco, de ridículo!”, enquanto outras possuem ideais elevados e não se deixam desanimar por qualquer empecilho.


Fernando Christófaro Salgado.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Largue sua lupa

A evolução tecnológica, quando focada para o bem, sempre nos traz benefícios, mas muitas vezes, por falta de conhecimento e treinamento, ou por pura preguiça, deixamos os recursos que estão à nossa disposição subutilizados.
A internet é hoje uma fonte de informações ilimitadas, de forma que é possível afirmar que podemos aprender, através de uma simples pesquisa em um site de busca, sobre qualquer assunto, e a cada dia variar o tópico pesquisado.
Além de encontrarmos produtos e serviços para serem comprados, receitas, apostilas e livros completos, músicas, filmes, programas e arquivos diversos, também podemos interagir com pessoas que estão distantes de nós, através de sites de relacionamento e programas de mensagens instantâneas. Até aí nada de novo, antes do surgimento da internet, de um jeito ou de outro, já tínhamos formas de suprir todas estas necessidades, porém de maneira menos eficiente e, algumas vezes, bem mais caras.
O que a internet oferece de mais extraordinário é a possibilidade de compararmos os sentimentos, pensamentos e opiniões de pessoas que nem conhecemos com os nossos. Da mesma maneira, também é extraordinário perceber que existem pessoas que possuem os mesmos problemas, dúvidas e medos que possuímos.
Quando somos vítimas de um infortúnio ou quando colocados sob grandes desafios amarramos a lupa nos olhos e passamos a enxergar tudo em uma dimensão aumentada e individualista, por outro lado, utilizamos um microscópio na hora de analisar as adversidades que vitimam os outros, ou seja, geralmente temos a tendência de super dimensionar os nossos problemas e achar que eles são os mais complicados, imaginamos que ninguém possa estar passando pela mesma situação ou simplesmente ignoramos a existência de problemas maiores e mais difíceis de serem resolvidos.
Os fatos são claros e acessíveis, basta querer que podemos encontrar análises diversas, de pessoas de todo o mundo, sobre qualquer assunto que seja objeto de aflição. Ver relatos sobre o mesmo problema que estamos passando nos possibilita refletir sobre nossas condições humanas, sobre nossas fraquezas e deficiências e abre a oportunidade, no caso da internet, de compartilharmos opiniões e enxergarmos que existem sim pessoas com problemas tão grandes ou até mesmo maiores que os nossos.
Sendo assim, pode-se que concluir que é a maneira como os problemas são encarados que determina a extensão de sua gravidade e, para dimensionar melhor esta extensão, é prudente observar como outras pessoas atravessaram ou estão atravessando a mesma situação que você. Problemas existem para serem solucionados, não para serem curtidos e postergados pelo resto da vida, sob a desculpa de que não há saídas viáveis para eliminá-los.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Era pra ser assim…

Mesmo sem ter contato, quando a distância se revela uma barreira e as idéias e ideais não convergem mais, ainda sim, às vezes, bate aquela saudade dos tempos em que alguns amigos importantes se faziam mais presentes em minha vida.
Em nossa caminhada em busca de crescimento pessoal temos a oportunidade de aprender de diversas formas, e uma das mais importantes é através de uma amizade consistente, baseada na verdade, na confiança e livre de qualquer egoísmo.
Não podemos querer que todos aqueles que compartilharam segredos e que tiveram para nós um papel relevante em certo período estejam sempre presentes ao nosso lado, acessíveis e dispostos a nos ajudar prontamente. Com o passar do tempo, cada um segue um rumo distinto e elenca novas prioridades que talvez demandem ocupações que podem levar a pessoa a se afastar completamente.
De vez em quando me pergunto se falta iniciativa de minha parte para manter antigos amigos por perto, mas logo percebo que não é este o problema. Todos vivemos em uma correria que parece não ter fim. Uns casaram, outros tiveram filhos, outros mudaram de estado, outros de cidade, outros estão em condições financeiras ruins, são diversas variáveis que influenciam e determinam a cota de atenção que reservamos para cada um deles.
Acredito que todos que cruzam a nossa trajetória seja na escola, no trabalho ou no convívio social e que de uma forma ou de outra afetam nossa maneira de pensar, agir ou sentir, estão atuando singularmente em nosso desenvolvimento. Se a pessoa deixou de figurar em nossos contatos ou dia a dia, é por que era pra ser assim, ela já deu toda a contribuição que podia nos dar e chegou a hora de seguir em frente.
Ainda assim, posso afirmar que os momentos de felicidade e tristeza que pude dividir com cada pessoa que um dia participou ativamente da minha vida e a cumplicidade que construímos não ficarão perdidos na memória. Mesmo de longe ou sem entrar em contato por muito tempo, estas pessoas se tornaram especiais e podem contar comigo pro que der e vier.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cruzadas

Céu cinza. Cem centuriões corriam com calças, camisas, cintos e correntes de couro. Carregavam cruzes cravejadas de cristais cintilantes e capacetes de cobre. Cansados, caíam cruzando caminhos chuvosos e combatentes cruéis. Cada cristão chorava copiosamente com o coração combalido. Como confiar em conversas contrárias à criação? O crivo do comandante culpado concorreu com a covardia do criado calado. Comercializavam carnes com criadores competentes. Caminhavam com carregamento cheio de comida nas costas. Cuspindo catarro, cavavam as covas dos companheiros. Em casa, chegavam com certo conforto. O cocheiro checava a capacidade completa da cavalaria. Com a cabeça cheia, cantavam cantigas e contemplavam o cosmos.
Céu claro. Cinco centuriões conseguiram. Completaram com créditos e confiança a caminhada pela Cruzada. Capazes, corajosos e corretos conquistaram o caneco. Compraram cerveja e carvão, no churrasco comemoraram. Colheram couve, café, cana e cacau. Criaram chocolates cheirosos e cachaças em cuias. Em condições caprichadas, conseguiram crescer e convencer. Continuam a crer na Companhia dos Cem, custe o que custar.


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Reconhecimento a vocês

Após muito tempo do começo
Passei a ter um grande apreço
Por aqueles que nem conheço

É mesmo gente que eu nunca vi
De vez em quando eles vêm aqui
Escrever sobre aquilo que escrevi

Uns aparecem com certa freqüência
Outros fazem falta só pela ausência
De fato, não entendo bem esta ciência

Só sei que é importante participar
Palavras e opiniões a compartilhar
Auxiliando sempre a refletir e pensar

E a cada visita e palavra amiga
Sinto uma vontade que me obriga
Reconhecer, agradecer sem intriga

Confesso, não sei se fiz por merecer
Vendo tanta coisa nova acontecer
Sem vocês, não sei o que há de ser!


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Tempos de glória

Sento em minha cadeira, olho para a tela do PC e simplesmente não consigo mais escrever. É realmente possível desaprender? Talvez nunca tenha sabido nada de nada. O certo e o errado, o bonito e o feio, o velho e novo, o forte e o fraco, tudo parece estar misturado. O que é verdade pra uns, para outros não é. Vivemos em uma independência dependente.
Somos monitorados constantemente, sob uma liberdade vigiada. Tudo fica registrado, quando entramos e saímos de estabelecimentos comerciais, em escolas, lojas de conveniência, elevadores, quando andamos pelo centro da cidade, em shoppings ou condomínios fechados. A necessidade de segurança explica, em parte, o motivo dessa vigília, porém a destinação e o tratamento dado às imagens coletadas nem sempre são revelados e não sabemos onde podem estar instaladas câmeras escondidas. Paranóia? Pode ser que sim, pode ser que não.
Os celulares atuais são capazes de gravar com grande qualidade qualquer momento oportuno ou inoportuno. Em muitas vezes, vídeos que mostram a intimidade alheia ou mesmo as cacetadas cotidianas aparecem no You Tube, sem consulta prévia aos protagonistas. Paralelamente, há quem queira aparecer demais e quem prefira manter-se no anonimato (o que se torna, a cada dia, mais difícil).
As três redes sociais mais disseminadas no Brasil hoje são o Orkut, o Facebook e o Twitter. O propósito básico delas é aproximar pessoas que possuam interesses em comum ou que já tenham algum tipo de ligação, seja ela profissional ou pessoal. Antes, com um conteúdo de livre acesso a qualquer internauta, era possível visualizar recados, fotos e vídeos de todos os integrantes da rede. Hoje, o usuário controla e define o que poderá ser visto e quem poderá acessar dados referentes a sua vida particular.
Nunca faltou gente para tomar conta da nossa vida e espalhar boatos que correm o mundo com a velocidade de um foguete, mas agora, com todas as facilidades da era digital, os boatos parecem se espalhar na velocidade da luz. Acostumados, alguns se apegaram ao velho ditado: “Falem mal, mas falem de mim!”.
Acredito que se criou nos usuários destas redes uma necessidade, quase geral, de liberação de um grito que ficou entalado na garganta com tantas mudanças e informações globalizadas. Este grito representa, antes de tudo, a reafirmação da existência e relevância da presença de cada um neste contexto. É como se cada usuário dissesse: “Olha, eu estou aqui! Vivo, me divirto, fico triste, fico cansando, durmo, como, acordo, sou ser humano!”. E tudo isso também acabou virando objeto de curiosidade.
Onde estão os tempos de glória? Época em que nossa realidade não era tão escancarada? Onde os problemas locais já pareciam grandes demais e não tínhamos acesso a tantos desastres, assassinatos e doenças? Quando quem sabia de detalhes de nossas vidas eram apenas familiares e amigos? E já era muito!
Infelizmente, ou felizmente, como diz o criativo Gabriel, o Pensador: “...quando a gente muda o mundo muda com a gente, a gente muda o mundo na mudança da mente”. Muito dessa mudança depende dos outros e, mesmo discordando, temos que considerar o que os outros pensam para manter a harmonia em nossas relações. Adaptando-nos, é sempre assim que sobrevivemos e, de uma maneira ou de outra, lutamos pra estabelecer novos tempos em que a satisfação possa ser encontrada com mais facilidade.


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A maior deficiência do homem

Há tempos venho querendo abordar este assunto que, a cada dia que passa, considero, cada vez mais, que seja uma das maiores deficiências existentes nas relações humanas. Talvez não tenha propriedade tanto, mas gostaria que acompanhassem minha linha de raciocínio.
Não se pode negar que um dos pilares de nosso desenvolvimento moral e intelectual tenha sido a evolução da forma como nos comunicamos. A partir dos gestos e sons que antes emitíamos, comuns aos outros primatas, foram se criando as diversas línguas e, com o refinamento dos movimentos e a necessidade de se manter registros mais apurados e bem descritos de nossas realizações e idéias (antes, demonstradas através de desenhos), houve o surgimento da escrita.
As portas para alcançarmos o mundo sem sair de casa foram abertas. Até pouco tempo atrás, antes da globalização, do crescimento vertiginoso da internet e do surgimento dos telefones celulares, nossa comunicação a longas distâncias era feita basicamente através de cartas de papel ou de telefonemas extremamente caros.
Apesar de hoje possuirmos toda a tecnologia capaz de nos aproximar, através de e-mails, redes sociais, web cams e programas de mensagem instantânea, ainda estamos longe de atingir uma comunicação efetivamente eficiente e eficaz.
Para entender os conceitos, quando temos uma pessoa que é eficiente, porém não é eficaz, ela nunca alcança os resultados. Ao passo que, aquela que é eficaz, mas não é eficiente tem algumas chances de atingir o sucesso. Eficiência é uma potencialidade para produzir um resultado, mas só quando se verifica esse resultado se pode falar de eficácia. Ou seja, alguém pode ser eficiente, por possuir competências para a produção de um resultado, mas ser ineficaz por nada fazer ou fazer pouco para produzir o resultado esperado e possível.
Por exemplo, em uma empresa surge um problema que é discutido através de e-mails por um grupo de pessoas. Todos apresentam suas opiniões e emitem seu parecer quanto ao assunto, respondendo sempre as dúvidas que surgem, mas, após o prazo estipulado pela diretoria, ninguém emite uma solução concreta e definitiva. Os participantes do grupo foram eficientes ao participarem ativamente da discussão, mas não foram eficazes, pois não resolveram o problema.
Geralmente, acreditamos que somos eficazes ao nos comunicarmos, uma vez que conseguimos transmitir o que desejamos, mas na verdade, muitas vezes aquilo que pretendemos passar para o outro toma outra conotação. Nem sempre a forma como nos expressamos é entendida da mesma maneira que imaginamos por todos os receptores da mensagem.
Outra situação comum, que ocorre mesmo com todas as facilidades que temos hoje para nos comunicar, é a ausência de comunicação. Existem pessoas que esperam que suas mensagens e informações sejam captadas por osmose ou que, como numa bola de cristal, possam ser vistas e compreendidas sem qualquer explicação.
A maior deficiência do homem é acreditar que todos os outros são iguais a ele, que pensam e agem da mesma forma, que entendem tudo da mesma maneira. Acreditar que sempre se expressa de forma clara e concisa, impossibilitando que surja qualquer tipo de dúvida.
Pessoas são diferentes, sendo assim, precisamos nos comunicar de diferentes maneiras para nos fazer entender da forma desejada, seja dando mais atenção, seja através de um desenho, de um feedback mais direcionado, o que importa é transmitir a mensagem e ter a certeza que ela foi recebida e bem compreendida por todos que quisermos atingir.


Fernando Christófaro Salgado.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Estrela solitária

Sempre ao findar do dia
Olho pro céu com reflexão
Sei, alguma coisa mudou!
Mas não em meu coração

Ele sabe que na escuridão
Até mesmo em dia nublado,
De chuva, granizo ou trovão
Pode-se ter tudo estrelado

E lá longe na imensidão
Avista uma estrela diferente
Parece que é bem solitária
Mal sabe como ilumina a gente

Acha que seu brilho enfraquece
Que é possível ser ofuscada
Esquece que mesmo distante
Pensa-se nela e mais nada

Em meio a toda constelação
Há quem a destaque e admire
Nunca esqueça ou deixe então
Que a mente contra ti conspire


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Hipocrisia, o que aprender com ela?

Existem algumas palavras que, apesar de serem bastante pronunciadas, não são muito bem compreendidas ou explicadas por qualquer pessoa. Corrijam-me se eu estiver errado, mas acredito que assim como as palavras subterfúgio, prolixo ou lúdico, hipocrisia também é uma delas.
Para não incorrer em erros, consultei no dicionário Michaelis o significado desta última palavra: “Manifestação de fingidas virtudes, sentimentos bons, devoção religiosa, compaixão etc.; fingimento, falsidade.”. Pois bem, tendo esclarecido este imbróglio (mais uma para a lista) quanto à dificuldade de compreensão, tentarei garimpar alguma coisa de bom advinda desta palavra.
Primeiro, como se manifestam fingidas virtudes? Em meu entendimento, uma pessoa hipócrita é aquela que censura as atitudes dos outros, mas em sua intimidade pratica, já praticou ou ao menos pensou em praticar o mesmo que esta censurando.
Segundo, aqueles que enganam os outros, fingindo que está tudo bem, ao passo que na verdade repudiam as ações contrárias as suas crenças e ideais, também estão sendo hipócritas.
Em resumo, a hipocrisia pode ser considerada como a falta da exposição da verdade, tanto para a própria pessoa que apresenta a “virtude” quanto para o receptor. É saber-se enganar e mesmo assim continuar enganando.
Vivemos num momento em que as mudanças comportamentais, sociais e tecnológicas estão ocorrendo a uma velocidade avassaladora e, infelizmente, muitas pessoas se estacionaram no tempo, travando sua mente para tudo o que há de novo e fazendo de seus velhos conceitos verdades absolutas. Enquanto todos evoluem, para estas pessoas reprimir o que não vai de encontro com o que pensam é a palavra de ordem, mesmo que “por baixo dos panos”.
Por fim, o que podemos aprender com esta palavra é como não devemos ser. Como em muitas questões da vida, às vezes é melhor saber o errado para depois fazermos o certo.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

An ordinary travel

Caros leitores e amigos,

Estou treinando minha escrita em inglês e peço a ajuda de vocês para verificar se existem erros gramaticais no texto. Não é um texto muito elaborado. Estou postando logo abaixo a versão em português. Obrigado!

Finally a holyday came and unfortunately passed by very fast. A holiday is, for me, the best opportunity to get out of the routine and refresh our minds and energies. We naturally have the necessity of change and for the evolution of our knowledge, must happen new experiences. It’s always good discovering another cultures, different kinds and people. I feel lot of satisfaction especially when I’m learning something or when I can see beautiful things that I have never seen before, like landscapes (beaches, mountains, forests and falls) or different human performances (in music, arts or culinary).
Even when I do an ordinary travel, in places already known by me, I usually try to visit some different place. Everybody thinks that in small cities the options are very limited, but the places are always hiding something new for the frequent visitors. Nowadays, the things and people are absorving and developing a new concept of life really fast and, on this point, a good strategy of marketing contributes a lot, personal or institutional.
Just analyzing, on this holiday I wrote from an historical city from Minas Gerais, São João Del Rey. I’ve family there and some good friends from a long time. As soon as I arrived there on last Wednesday I visited a new place, a pub where functioned the old Zotti bar.
The new pub's owner didn't do any great changes. I think that the most important were pub's name, but he brought a good musician and many well trained waiters to attend the flux of curious visitors that were looking for something different to do.
The menu has too much clear and small letters, difficult to read. The price isn't expensive, but the hygiene was terrible. It was the first day of activities and the owner should take care and pay closer attention on the points to improve. He should find some ways to do things in a more creatively form and better.
If he could show something outstanding, surprising the public, he could increase his chances offering products and services beyond the basic. I believe that, in this way, he and anybody that wants to keep the own business alive; can have success in long term.

Uma viagem comum

Finalmente um feriado chegou e, infelizmente, passou muito rápido. Um feriado é, para mim, a melhor oportunidade para sair da rotina e renovar nossas mentes e energias. Nós temos naturalmente a necessidade de mudança e para a evolução de nosso conhecimento, devem acontecer novas experiências. É sempre bom descobrir uma outra cultura, diferentes tipos e pessoas. Sinto muita satisfação, especialmente quando eu estou aprendendo alguma coisa ou quando eu posso ver belas coisas que eu nunca vi antes, como paisagens (praias, montanhas, florestas e quedas) ou diferentes performances humanas (na música, artes ou culinária).
Mesmo quando eu faço uma viagem normal, em locais já conhecidos por mim, eu costumo tentar visitar algum lugar diferente. Todo mundo pensa que em cidades pequenas as opções são muito limitadas, mas os locais estão sempre escondendo algo novo para os visitantes freqüentes. Hoje em dia, as coisas e as pessoas estão absorvendo e desenvolvendo um novo conceito de vida muito rápido e, neste ponto, uma boa estratégia de marketing contribui muito, pessoal ou institucional.
Basta analisar, neste feriado eu escrevi de uma cidade histórica de Minas Gerais, São João Del Rey. Eu tenho família lá e alguns bons amigos de longa data. Logo que eu cheguei lá na quarta-feira passada eu visitei um lugar novo, um pub, onde funcionava o antigo bar Zotti.
O dono do pub novo não fez qualquer mudança grande. Eu acho que o mais importante foi o nome do pub, mas trouxe um bom músico e muitos garçons bem treinados para atender o fluxo de visitantes curiosos que estava procurando algo diferente para fazer.
O menu têm letras demasiado pequenas e claras, difícil de ler. O preço não é caro, mas a higiene era terrível. Era o primeiro dia de atividades e o proprietário deve tomar cuidado e prestar mais atenção sobre os pontos a melhorar. Ele deve encontrar algumas maneiras de fazer as coisas de uma forma mais criativa e melhor.
Se ele pudesse mostrar algo excepcional, surpreendendo o público, ele poderia aumentar suas chances, oferecendo produtos e serviços além do básico. Creio que, desta forma, ele e qualquer um que queira manter o próprio negócio vivo, pode ter sucesso em longo prazo.


Fernando C. Salgado.

Selos recebidos




Recebi estes dois selo do amigo sempre presente Jorge, do blog "Nectan Reflexões",

O selo Homens Fabulosos foi criado por Julio César, do blog Vendo & Sentindo, e tem uma única regra:

Citar o blog que deu o prêmio e os Homens Fabulosos dos blogs 'premiados'.

As regras do selo Pinguinho de Gente são:

1) Pegar o selinho ;ok!
2) Deixar um recado para quem te oferece o selinho;ok!
3) Dizer 5 coisas que você gosta de fazer: Namorar, escrever, tocar violão, ler e viajar.
4) Indicar 10 blogs para receber o selinho. (sem tempo no momento para indicar, o leitor que quiser fique a vontade para pegar este selo!)

Jorge, infelizmente não poderei cumprir com todas as regras, mas agracedo novamente por mais estas lembranças!


Fernando C. Salgado.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Gritos e sussurros

Tem sempre alguém metendo o bedelho onde não é chamado. Algumas pessoas não se contentam em cuidar da própria vida e, além de aumentar a história dos fatos, ainda têm o disparate de inventar coisas e difamar os outros pelas costas.
Já houve um tempo (de plena ingenuidade) em que eu não acreditava na força da inveja que pode recair sobre nós, em seus efeitos devassadores. Infelizmente temos que conviver com pessoas que não se simpatizam conosco, ou melhor, que fingem que se simpatizam.
A cada conquista, a cada passo de sucesso, a cada reconhecimento há alguém que se sente incomodado, que almeja o mesmo, porém fica estacionado e não vai à luta, prefere confabular. Pobres almas fracas de si.
Muitas pessoas se incomodam com gritos, porém, são os sussurros que me deixam mais inconformado. Enquanto os gritos são a exteriorização de sentimentos exacerbados (raiva, inconformismo, comemoração, êxtase), os sussurros acontecem de caso pensado, têm o objetivo de esconder, de transmitir segredos que poderiam ficar guardados para serem revelados em outra ocasião, longe dos olhos e ouvidos de quem não precisa presenciar tal cena.
Os sussurros são para aqueles que precisam esconder alguma coisa. Para quem tem receio de falar abertamente o que pensa ou sente. Para quem não tem confiança em si mesmo para expor uma dúvida, temendo ser criticado. Para quem tem a prática de dominar assuntos sobre a vida alheia, não se importando sobre a veracidade do que transmite.
Muitas vezes aqueles que gritam inadvertidamente são taxados de loucos. Loucos mesmo são os outros, que conscientemente se valem da falsidade e da covardia para denegrir a imagem do próximo.


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Motivo para reconhecimento

Desde pequenos aprendemos que, para que tenhamos atestado um grau superior de conhecimento ou de habilidade para determinada coisa, é preciso ser reconhecido de alguma maneira, por alguém ou alguma instituição. Só para exemplificar, é assim na escolinha primária, nas aulas de inglês, com as mudanças de faixa do caratê, na emissão de diplomas por uma universidade e em diversas outras situações.
Infelizmente, somos impelidos a acreditar que é sempre necessário passar pelo crivo dos outros para obtermos sucesso e reconhecimento. Temos sempre que fazer bonito aos olhos dos impiedosos avaliadores, do contrário as portas se fecham, ou seja, as oportunidades de alcançar os resultados almejados diminuem drasticamente, podendo até se anularem.
Pensar que todos devem ser iguais e ter o mesmo desempenho em tudo àquilo que se propõem a realizar chega a ser cruel. É inegável que cada pessoa possui gostos, aptidões, características físicas e psicológicas diferentes. Quando se é cobrado (ou pior, quando a própria pessoa se cobra) por algo que não gosta de fazer, obter o reconhecimento se torna uma tarefa hercúlea.
Quando nos permitimos guiar pelas vontades dos outros começamos a buscar resultados que pertencerão e que irão satisfazer muito mais a eles do que a nós mesmos. Nestes casos os esforços terão realmente valido a pena? Toda a dedicação, treinamento, suor e lágrimas trarão um retorno satisfatório? Creio que não.
Em vez de buscar reconhecimento deveríamos aprimorar nossa capacidade de auto-avaliação. Esperar sempre mais de nós mesmos e não por um julgamento alheio. Professores seriam realmente mestres, transmitindo conhecimento para os discípulos absorverem e desenvolverem, sem cobranças, suas próprias habilidades.
As questões cruciais girariam em torno dos questionamentos: Como você acha que pode melhorar? Em que você gostaria de se empenhar mais? O quão satisfeito você está realizando tal tarefa? É este o resultado esperado por você e para você?
Se conhecer a ponto de saber responder tudo isso com assertividade e sendo honesto consigo mesmo é o único motivo para reconhecimento, pois impondo seus limites e se desafiando, você estará se reconhecendo capaz de chegar aonde deseja.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 22 de maio de 2010

Somos diferentes de nós mesmos

É fato que não existe um ser humano sequer que seja idêntico a outro. Enquanto a clonagem de nossa espécie ainda não foi desenvolvida, por mais que possam existir pessoas extremamente parecidas fisicamente, através de pequenos traços nas pontas dos dedos, ou seja, das impressões digitais, pode-se comprovar que não se tratam de pessoas iguais.
Se as pessoas, em análise estrita, não possuem aparência física semelhante, a possibilidade delas possuírem convergência de pensamentos é ainda menor, avaliando a complexidade do cérebro e os melindres que envolvem o consciente e o sub-consciente.
Por mais que pensemos que os outros agem em conformidade com o que acreditamos, nunca podemos estar totalmente certos disto. Alguns dizem que as únicas certezas que temos são aquelas que emanam de nossos próprios princípios e valores. Será mesmo?
Talvez nossos princípios e valores permaneçam inalterados, mas nossas certezas são bastante influenciáveis pelas experiências e mudanças que temos durante a vida. O motivo disto é que nunca estamos certos ou errados sozinhos. Estamos sempre certos ou errados com relação a alguém ou a alguma coisa e estes são parâmetros que não podemos controlar.
A mudança da nossa maneira de pensar não ocorre da noite para o dia, mas, às vezes, nos tornamos diferentes sem nem mesmo perceber. O pensamento pode mudar através da convivência, do esforço, do estudo, dos erros e acertos, da perseverança e de tudo que influencie positiva ou negativamente nossa vida.
Como estamos em constante processo de crescimento e aprendizado, logo estamos sempre alterando a maneira com que agimos, falamos, escrevemos e nos relacionamos.
Um exercício interessante que pode representar bem o título deste texto é o da escrita. Imagine um tema proposto ou que seja do seu agrado e se disponha a discorrer sobre ele, dando sempre o mesmo enfoque. No primeiro dia você irá utilizar um determinado grupo de palavras e frases. No segundo dia pode ser que a redação tenha o mesmo conteúdo, mas, inevitavelmente, suas idéias não irão surgir na mesma ordem e outras conjunções, verbos e pronomes serão utilizados.
Não somos máquinas que armazenam tudo de forma ordenada e fixa e não temos limites para melhorar. Somos diferentes de nós mesmos, pois o EU de hoje não é o mesmo EU de ontem e não será o mesmo EU de amanhã.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

O caçador de sorrisos

Ele era um homem pacato, de vestimentas simples e de poucos, mas importantíssimos afazeres. Acordava todos os dias bem cedo e com bastante fome. Era preciso recuperar as energias se alimentando. Porém, não comia pães, frutas ou biscoitos, nem tomava café ou leite. Durante o dia, também não ingeria nenhuma sorte de alimento.
Pode-se dizer que ele era um caçador muito diferente, um homem destinado a se alimentar apenas de uma coisa, sorrisos! Era preciso, desta forma, buscá-los nos diferentes rostos das pessoas com que ele se deparava no dia a dia e quanto mais sorrisos ele avistasse ou recebesse, melhor e mais disposto ele se sentiria. Era como se ele fosse uma espécie de medidor da felicidade alheia.
Uma das tarefas dele era andar e conhecer todas as partes das cidades que freqüentava, desde os lugares mais carentes até os mais sofisticados. Em todos os ambientes em que estivesse sua expectativa era a de se sentir bem, captando todas as irradiações positivas emitidas pelos lábios ou dentes de quem encontrasse pelo caminho. Sofria de indigestão com sorrisos amarelos e risadas sarcásticas, por outro lado quase flutuava de prazer quando via pessoas a gargalhar.
Em dias nublados ou de chuva só encontrava caras amarradas e se enfraquecia como uma planta sem água. Também não podia dirigir por muito tempo no trânsito caótico das grandes cidades, onde sob stress constante, não se via um sorriso estampado na cara de ninguém. Convocado para uma guerra, o caçador apresentou ao exército atestado médico para se ausentar, alegando que morreria apenas por desembarcar num campo de batalha (cenário nada propício a sorrisos).
Ver aquele homem cabisbaixo e enfraquecido era mau sinal. Significava que o ambiente estava pesado ou a maré não estava para peixe. Ao contrário, vê-lo alegre e saltitante era compensador, pois era a garantia de que as pessoas que estivessem naquele ambiente estavam pipocando sorrisos para todos os lados e o alto astral poderia ser sentido.
O caçador havia sumido por um longo período de tempo, muitos achavam que tivesse morrido, entretanto, há alguns anos, descobriu-se que ele está vivo, mas vem perdendo suas forças gradativamente.
Esforça-se para sair de casa mesmo em dias bonitos e ensolarados, mas é raro captar um sorriso sequer. Visita lugares direcionados para a alta sociedade e só vê pessoas sérias e sem expressão. Nos ônibus lotados só escuta reclamações, nas filas dos bancos sente a impaciência do povo, nos aumentos de preços e na cobrança excessiva de impostos percebe a indignação de todos, vê religiosos corruptos e inescrupulosos roubarem constantemente o dinheiro de humildes e ingênuos fiéis, assiste a políticos que nem de longe desempenham o papel que deveriam continuar a fazer o sempre fizeram. Tudo isso e outras coisas tão ou mais entristecedoras persistem sem que seja tomada nenhuma atitude para corrigir ou melhorar nada.
Por alguns instantes ele começou a se perguntar se as pessoas ainda têm motivo para sorrir, por que se não tiverem será, de fato, o momento de seu fim. Mas, rapidamente, se lembrou de visitar o seu refúgio predileto, um jardim de infância. Lá as preocupações e o stress ainda não fazem parte da realidade e as risadas inocentes talvez representem uma esperança para um futuro mais alegre, onde não seja mais necessário procurar sorrisos para se viver melhor, eles estarão soltos pelo ar.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Datas que marcam

Ontem foi um dia de dupla comemoração. Uma data que todos lembram e celebram coincidiu com a data em que completei um ano de vida. Exatamente no dia 09/05/2009 sofri um acidente de carro onde por um milagre não tive praticamente nenhum arranhão. Meu carro colidiu com outro veículo e rodou na pista batendo em vários obstáculos. Perda total. Foi o pior “presente” de dia das mães que poderia ter dado para a minha.
Um ano depois ninguém mais se lembraria deste fatídico dia nove de maio se não fosse pelo Dia das Mães, mas, para mim, este dia ficará marcado para sempre, como o dia em que Deus me deu uma nova chance de viver. Neste dia também pude ter perto de mim as pessoas que realmente se importam comigo e que tiveram a oportunidade de demonstrar isto, com toda a preocupação que se reserva às pessoas queridas. Mais um motivo para celebrar, ter cada uma destas pessoas presente em minha vida.
Eventos desta magnitude, quando ocorrem, costumam provocar profundas modificações em nossa maneira de pensar e de ver o mundo. Comigo não foi diferente. Dentre outras coisas, deixar meus pensamentos e reflexões aqui registrados passou a ser uma tarefa prazerosa e gratificante. Não escrevo com a constância que gostaria, mas os poucos registros que faço refletem o que tenho pensado durante um determinado período.
Não são necessariamente as datas comemorativas que deixam marcas em nossas lembranças, mesmo por que elas ocorrem de ano em ano ou ocasionalmente. Há quem mesmo nem ligue para datas, porém acredito que elas sejam um importante referencial para avaliarmos a nós mesmos, como éramos e quais mudanças se operaram em nossa forma de pensar e agir após um determinado evento.
Para mim, as datas que realmente marcam são as que repercutem por toda a nossa rede de relacionamentos, que envolvem parentes, amigos e colegas, que nos afastam de nossa rotina e que, de um jeito ou de outro, nos forçam a mudar, a querer sermos pessoas melhores.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 8 de maio de 2010

Traçando metas inalcançáveis

Pode parecer um tanto incoerente definir alguma meta que seja inatingível, mas não nos faltam exemplos de superação de limites que antes pareciam impossíveis de serem transpostos. Como disse o poeta romano Ovídio: “Um cavalo nunca corre tão rápido quanto corre quando têm outros para acompanhar e superar”.
A ação de traçar metas faz parte de um planejamento com objetivo de se obter algo desejado. Temos que ter metas para tudo na vida? Obrigatoriamente, não. Porém, para sairmos do statu quo, precisamos enxergar além. Imaginar onde, como e o que pretendemos estar fazendo daqui a 5, 10, 15, 20 anos ou mais.
Por exemplo, investir em um plano de previdência privada é uma forma de planejar o futuro a longo prazo, tendo garantias de um retorno que poderá agregar no valor da aposentadoria ou ser usufruído da melhor forma durante a melhor idade. Quem faz um investimento deste tipo tem uma meta definida em mente ou pelo menos está se resguardando para algum imprevisto que possa surgir com o decorrer do tempo.
Existem pessoas que, tomadas pela indecisão e pela falta de planejamento, ficam amarradas, literalmente sem ação nenhuma, diante das escolhas que devem tomar e dos caminhos que podem seguir. Não sabem que curso fazer, não pensam se vão morar em uma casa ou num apartamento, se pretendem ter filhos ou não, nem que lugares gostariam de conhecer ou qual carro estarão dirigindo dentro em breve. Para definir estes caminhos e escolhas é preciso, como dito, vislumbrar o futuro.
Gosto de acreditar que metas inalcançáveis são nada mais, nada menos, que sonhos possíveis. Coisas que esperamos e realmente queremos obter no decurso de nossas vidas. Quantos atletas já quebraram recordes olímpicos e mundiais? Que jogador de futebol profissional não almeja ser convocado pela seleção brasileira quando inicia sua carreira? Que piloto de Fórmula 1 não deseja ser campeão? Todos os que chegam ao topo na atividade que exercem, seja esportiva ou não, são pessoas obstinadas por vencer e conquistar aquilo que almejam.
A partir do momento em que colocamos na cabeça que não somos capazes de fazer determinada coisa, criamos uma espécie de bloqueio mental que, de fato, impede que consigamos desenvolver maneiras de transpor o desafio a ser enfrentado.
Pensar alto é buscar se nivelar por cima, é querer alcançar o que, à primeira vista, parece inalcançável. Com doses certas (leia-se elevadas) de otimismo, perseverança, preparação e planejamento, todos nós podemos, com o tempo, chegar onde quisermos.


Fernando Christófaro Salgado.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Conserve sua dignidade

Durante nossa vida vamos perdendo várias coisas com o tempo. Uns mais rápido, outros menos, todos vamos deixando para trás a inocência de ser criança, a fascinação das descobertas adolescentes e a esperança que guia nossa juventude.
Por conta das circunstâncias, de nossas relações com os outros, de nossas experiências, dores e alegrias que se acumulam no dia a dia, nos tornamos pessoas diferentes. O meio em que estamos, sem dúvida, exerce grande influência em nossas decisões e escolhas, mas somos nós os responsáveis pelos nossos atos e pelas conseqüências que advém dos mesmos.
Às vezes mudamos tanto que deixamos de nos reconhecer. Tornamos-nos estranhos para nós mesmos e olhando para o passado pensamos: “Eu não era assim!”, “Eu não agiria desta maneira!”. De tanto atender (ou tentar atender) tudo o que esperam de nós, vamos sendo consumidos lentamente. Quando nos moldamos de acordo com o os outros querem acabamos perdendo nossa identidade.
Sócrates pregava a célebre frase: “Conhece-te a ti mesmo!”, o que equivale a ter uma consciência racional de si mesmo, para organizar racionalmente a própria vida. Temos, para organizar a nossa vida dessa maneira, que conservar sempre nossa dignidade, ou seja, temos que ser dignos de merecer tudo àquilo que esperamos para nós. Deitar a cabeça no travesseiro e dormir tranqüilo, sabendo ter feito o bem onde lhe foi possível fazer.
Todos nós temos problemas, mas geralmente colocamos a culpa em quem está próximo e não tem nada a ver com a história. Temos que ter humildade para compreender que erramos sim, e que podemos aprender com esse erro, sendo melhor no amanhã do que fomos hoje. Devemos lutar com perseverança para resistir à tentação de errar de novo e nunca ter vergonha de assumir um erro.
Precisamos ter coragem para fazer uma viagem ao nosso eu interior, para não cairmos na tentação de acreditarmos ser o que não somos. Isso porque somos grandes juízes de nós mesmos, e encobertamos, às vezes até inconscientemente, as imperfeições que contribuem para a existência de nossas dificuldades.
A chave para vivermos melhor, e resgatar todas as coisas boas que permitimos que o tempo nos levasse é acreditar que somos capazes de ser aquilo que quisermos. Melhores a cada dia, melhores com nós mesmos e com os outros, melhores em tudo.


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Salvando o dia

Final do semestre. Provas pipocam como manchas vermelhas de catapora. São marcas indesejadas que se cravam na mente dos alunos, que depositam a sua confiança no preparo das indispensáveis colas, e que, diante de questões adversas, se vêem impotentes até naquelas onde a consulta a todo o material é permitida.
Na hora do estudo cada um tem seu método (ou a falta dele) e, geralmente, alguns se destacam por “carregar nas costas” os demais. E há turmas de todos os tipos: unidas, separadas, de “nerds”, de atletas, de patricinhas e mauricinhos, de panelas isoladas ou de um panelão só.
Existem situações onde até mesmo os mais bem preparados transparecem alguma insegurança e não se mostram dispostos a compartilhar informações. Não há quem nunca tenha tremido diante de algum teste ou de algum professor, às vezes, carrascos sem piedade...
As coordenações de alguns cursos de graduação se posicionam de forma conivente diante das arbitrariedades de seus professores. Detentores do saber, estes deviam se preocupar mais com a transmissão do conhecimento do que com a elevação dos índices de reprovação baseada em exames que cobram muito além do que foi ensinado em sala de aula.
Uma coisa não resta dúvida, se um professor tiver a intenção de fazer com que todos repitam a matéria dele, assim será! Não adianta comer os livros. Não adianta colar, não adianta nada.
Qual a melhor forma de medir o conhecimento? Questões de múltipla escolha ou questões abertas? Hoje vi a notícia de que um agricultor analfabeto do nordeste (só sabe escrever o nome dele). Ele foi aprovado num concurso público para vigilante, acertando 21 das 30 questões. Todas no chute.
Agricultor de sorte. Salvou o dia dos que não estudam, mostrando que é possível ser aprovado mesmo sem saber absolutamente nada sobre o assunto que foi questionado.
Não é preciso mais para mostrar a discrepância entre o que é e o que deveria ser nosso ensino. Acredito que a melhor forma de ensinar assim como a melhor forma para aprender seja através da prática. Inundar os alunos de coisas para decorarem me parece um tanto sem sentido. Quando puderem pensar por si próprios, verão também que não será mais necessário colar e que não mais da sorte irão depender para se darem bem e sim de sua própria capacidade de interpretar fatos e situações, gerando e propondo soluções inovadoras e únicas, não mais baseadas em receitas de bolo.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 24 de abril de 2010

Descobertas

Nunca é fácil definir
O que estará por vir
Não conhecendo a ti
Sei que há de convir

Esperar pode ser demais
Reacenda o belo sorriso
Mas apague a palavra jamais
Não se esqueça deste aviso

Lembre de toda essa gente
Buscando felicidade iminente
Esqueça dores do passado
Vislumbre um futuro decente

A ventura é uma bela arte
Que descobrimos dentro de nós
Pessoas disso, não fazem parte
Travamos sós essa luta atroz!

Porém temos a ajuda do tempo
Que nos traz coisas boas e más
Diante de coisas ruins,
Aprendamos a deixar pra trás

E a cada dia que passa
Iremos sorrir e achar graça
Sabendo estar aprendendo
A afastar toda desgraça

De tudo o que nos ameaça
Não podemos apenas correr
Enfrentando tudo de frente
Será mais tranqüilo viver


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Extirpando o medo

Durante nossa vida é necessário experimentemos toda a sorte de sentimentos, do mais cruel e difícil de ser suportado ao mais suave e revigorante possível. Como uma montanha sem fim, somos feitos de altos e baixos e, em uma análise profunda, são estes contornos que acabam nos tornando mais belos, como as paisagens esculpidas por Deus.
Porém, o processo é lento, assim como na natureza, não nos elevamos de simples poeira à montanha rochosa da noite para o dia. São necessários anos, séculos, talvez milênios para que ocorram mudanças nas formações geográficas de nosso planeta e durante este tempo ocorrem tempestades, furacões, erupções vulcânicas, terremotos, todos à primeira vista causadores de dor e desastres, mas sem eles a conformação atual do planeta seria outra completamente diferente e talvez nem estivéssemos aqui. Sem a revolução constante causada pelas forças da natureza tudo seria diferente.
Assim como a Terra, vamos crescendo e nos desenvolvendo lentamente, e também precisamos ter nossas revoluções internas para progredirmos e nos adaptarmos ou superarmos todas as adversidades que surgem.
Algumas vezes descobrimos coisas que pensávamos que não éramos capazes de fazer. Mas esta descoberta não surge de forma diferente de nenhuma outra, retirando-se os casos em que a sorte conspira a favor, não há outro meio de descobrir algo que não seja através da experimentação, ou da tentativa e erro.
Já ouvi dizer que um dos grandes medos do homem é o medo da mudança, mas creio que antes deste venha o medo de errar. Não é a mudança em si que gera medo, este medo tem origem no medo de errar, que por sua vez surge das situações de insegurança (não conseguir atender ao que os outros esperam) de auto-cobrança (não admitir que possa errar) e de fraqueza de espírito (medo de sofrer).
O medo é como uma árvore cheia de galhos que se multiplicam e te abraçam impedindo o movimento. Diante do medo, se permanece no erro, pois a tentativa de mudança fica aprisionada e esquecida na mente. Para progredir é preciso mudar e para mudar é preciso eliminar o medo de experimentar.
Apesar de ser considerado um mecanismo de auto-defesa em algumas situações onde o estado de alerta e cuidado são realmente necessários, o medo geralmente atrapalha, e muito, nossas relações com os outros e nosso próprio auto-conhecimento.
Já algum tempo resolvi extirpar o medo de minha vida e o foco inicial foi justamente o medo de errar. Não existe nada que seja irreversível e aprendi a aprender com meus erros, de forma que tento sempre enxergar o lado bom das coisas. Foi fácil? Definitivamente não, mas hoje me sinto bem melhor e agradeço a Deus por ter este entendimento.
Uma pessoa sem medo não se torna uma pessoa inconseqüente, ela apenas está aberta para novas experiências e descobertas. São estas últimas que promovem as mudanças por que precisamos passar para acumular todo o aprendizado que nos tornará, gradativamente, pessoas melhores, mais fortes e mais completas, como cordilheiras que parecem ser feitas para tocar o céu.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um bom preço

O cantor Humberto Gessinger, da banda Engenheiros do Havaí, entoa em sua música chamada “O Preço”: “O preço que se paga às vezes é alto demais...”.
Estive me questionando sobre o que seria um bom preço a se pagar pelos nossos desejos, sonhos e escolhas e me veio à cabeça a máxima “Custe o custar!”.
Dizem que tudo tem um preço, porém, a precificação varia bastante para um mesmo produto ou serviço. O único propósito das medidas é o de termos base para comparações, sendo o preço uma unidade de medida de valor monetário, porém, quando precificamos um produto ou serviço, estamos dando a eles um valor arbitrário, pois mesmo após cobertos todos os custos de produção, ainda podem ser embutidos valores intangíveis como a representatividade da marca ou o glamour evocado.
Apenas para elucidar, uma fábrica de malhas produz camisas pólo e distribui para diferentes compradores. A empresa “A”, detentora de uma marca famosa, adiciona sua logomarca na camisa, enquanto a empresa “B”, desconhecida do grande público, vende a camisa da mesma forma que comprou. Se paga, em alguns casos, várias vezes a mais pela camisa vendida pela empresa “A”, sendo que a camisa vendida pela empresa “B” era, até então, idêntica a ela.
Para uma parcela da população o preço da camisa da empresa “A” pode parecer absurdo, mas para a outra mais abastada é considerado normal dispendiar o valor determinado pelos comerciantes para obtenção de seu objeto de desejo.
Eis o ponto em que queria chegar. Sob esta ótica, o preço nunca é alto demais, ele é relativo e depende da análise crítica e do poder aquisitivo de quem pretende adquirir um bem ou serviço. Mas não é sobre este preço que trata a música citada, apesar de podermos fazer uma comparação com ele, onde as medidas ficariam de fora.
Cada pessoa enxerga, sob seu ponto de vista, o peso de sua carga, ou seja, o preço que terá que pagar para obter aquilo que almeja. Enquanto uns acham que pagam um preço alto demais por ter tomado determinada decisão, pode ocorrer que para outras pessoas a mesma decisão seja vista como simples e corriqueira. É algo que não podemos medir; como os valores intangíveis adquiridos por produtos ou serviços.
Então o que seria um bom preço? Um bom preço é aquele que segue nossas convicções, que está dentro das nossas possibilidades de cumprimento da dívida ou do que tiver sido acordado, que não nos trará transtornos no futuro. Um bom preço é aquele que deixa nossa consciência tranqüila, caso contrário ele poderá ser tornar alto demais.


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 4 de abril de 2010

Um estacionamento diferente

Não tenho dados concretos para afirmar com asseveridade, mas creio que um dos negócios mais rentáveis de se ter é um estacionamento, principalmente se ele se localizar no centro de uma grande cidade.
A logística é simples, as despesas são poucas (basicamente água, luz, limpeza e poucos funcionários) e o preço da hora chega o mais próximo possível do impagável, situação em que muitos abdicariam do conforto de sair com seus veículos por não ter onde deixá-los em segurança e nem mesmo onde deixá-los na rua.
De certa forma, os estacionamentos são fundamentais para uma cidade. Eles abrigam bens valiosos e permitem que o transporte público se desafogue de um contingente de pessoas que, caso não tivessem carros, não teriam outra forma de locomoção que não fosse esta.
Poucas pessoas têm o privilégio, ou a sorte de ter um estacionamento de veículos, geralmente são políticos, mas isto não vem ao caso. O ponto em que quero chegar é, na verdade, um contraponto.
Enquanto o tipo de estacionamento citado anteriormente se concentra nas mãos de poucos, existe outro tipo que se comporta mais ou menos da mesma maneira, mas é administrado por cada um de nós.
É um estacionamento de guardar pessoas. Dentro dele, freqüentemente, entram e saem pessoas e o acesso a ele é definido por nós. Ao contrário do outro, que tem seu espaço físico limitado, este pode expandir suas fronteiras até o infinito. Nele não cobramos pela entrada ou pelo tempo de estadia. Geralmente, entram nele pessoas selecionadas, que fazem por merecer, que convivem e demonstram apreço por nós. Suas portas se fecham quando a mágoa e o rancor se unem, formando uma barreira intransponível que impede o acesso de pessoas indesejadas ou desconhecidas.
Ele também é lugar para guardar coisas valiosas, porém algumas vezes nos descuidamos dele e não damos a devida atenção aos nossos “clientes”, àqueles que conquistaram uma vaga de mensalista. Todo cliente gosta de ser bem tratado e quando não é, procura por outro serviço que o atenda melhor.
Administrar nosso estacionamento é um grande desafio! O que se espera de nós é que ele tenha as portas sempre abertas, para quem quer que seja, mas o egoísmo e nossa pequenez impedem que operemos uma reforma para ampliarmos as vagas e abrigar mais e mais pessoas.
O mais interessante deste estacionamento seria que as suas vagas fossem cativas, assim, mesmo que ele crescesse muito, por circunstâncias da vida em que uma pessoa abdicasse de sua vaga, haveria sempre as portas abertas e um local reservado quando fosse a hora dela retornar.
Vamos repensar a forma como administramos nosso estacionamento. Ele pode não nos trazer ganhos financeiros, mas é fundamental para uma manutenção saudável de nossas relações.

UMA FELIZ PÁSCOA A TODOS!


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Estrondos

Como definir o desconhecido?
Saber o que sinto,
Se pra mim mesmo eu minto?
Certezas são passageiras...

Escolher o que pensar
Às vezes não é opção
O destino aponta pra um lado
Sigo pela contramão

Grito entalado no peito
Ameaça de estrondo emergente
O tempo ameniza a vontade
E desnuda a fragilidade da gente

Reprimir, abafar sentimentos
Penosos exercícios da vida
Para suportarmos com zelo
Cada profunda ferida

Importante é seguir em frente
Esquecer a batida inquietante
Senão por loucura ou ilusão
Não poderemos ir adiante


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 28 de março de 2010

Por que você está tão quieto?

De repente as palavras somem. Aprisionam-se num mundo paralelo, onde ficam perdidas, desordenadas. Já não conseguem formar frases. Perder a fala, não ter o que falar, ou simplesmente não querer expressar nada é um direito de todos, mas é estranho quando alguém acostumado a estar sempre conversando e interagindo com todos começa a se isolar em seu próprio mundo. Um mundo de pensamentos que não se deixa ser invadido.
Muitos não aceitam ou não entendem. O que se passa na cabeça dos outros sempre será uma incógnita. Por mais que tentemos prever ou decifrar o que o outro está pensando ou sentindo nunca iremos ter a percepção exata daquilo que guardam para si a sete chaves.
Pessoas mudam com o tempo e também para se adaptar às diversas situações que a vida nos impõe. Não se pode cobrar de alguém um estado de espírito que não condiz com a realidade passada no momento. Não se pode cobrar de alguém uma maneira de ser que não lhe pertence. Somos diferentes, extremamente diferentes, e por não enxergar claramente isto alguns criam preconceitos e pré-concepções, ou ainda rótulos, que deturpam a imagem, formando uma primeira impressão negativa e irreal do outro.
Duvido que exista alguém que acorde todos os dias com total disposição e bom humor. Estamos sujeitos a doenças, a problemas familiares, financeiros, amorosos, pessoais. Dentro de nós ocorre uma tempestade particular. Há quem represe tudo dentro de si e quem deixe transparecer a intensidade com que está abalado total ou parcialmente. Vai de cada um.
Não somos obrigados a estar sempre sorrindo ou a agradar a todos, apesar de que tenha gente que, inutilmente, almeje isto. Temos que ser nós mesmos e vencer nossas lutas internas, independente do que os outros achem. Ajuda é sempre bem vinda, mas antes é preciso entender a situação do próximo. Tem um ditado que diz: “Muito ajuda quem não atrapalha!” e pode ser que o isolamento ou a quietude de alguém seja fruto de problemas que fujam de seu controle e que precisem ficar guardados, para que sejam compreendidos, trabalhados e eliminados no devido tempo.
Se você não quer compartilhar com ninguém o que passa na sua cabeça esta é uma escolha sua, mas lembre-se que todos têm o mesmo direito que você!


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Quando coisas incríveis acontecem

Celebramos, mas nem tanto...
Temos 365 dias no ano e, infelizmente, parece ser difícil surgir uma oportunidade que faça jus a uma celebração. Geralmente elas ocorrem em grandes festas, como casamentos, formaturas ou festas de 15 anos. São momentos que marcam, que ficam na história de quem os presencia, principalmente se houver algum envolvimento mais íntimo com as pessoas que motivaram o evento. Dias de alegria e agitação. Estamos sempre a esperar por eles...
O traje passeio completo é sempre exigido nestas ocasiões, mulheres de vestido longo e homens de terno e gravata. Todos pretendem estar irreparáveis e capricham na produção para impressionar ou serem bem vistos pelos olhares críticos de quem faz uma análise dos pés a cabeça de todos que ali estão. É o reino das aparências!
Todos estes tipos de celebração têm seu lugar, afinal, fazem parte de nossa cultura, contudo, acredito que também devíamos celebrar com mais intensidade momentos, situações, fatos, atitudes e pessoas que influenciam positivamente nossas vidas.
Neste fim de semana assisti ao filme “Um Sonho Possível”, história também contada no livro de Michael Lewis, "The Blind Side: Evolution of a Game". Somente quando o filme terminou, e as fotos das pessoas em que se basearam os personagens apareceram, é que me dei conta de que tudo o que havia assistido realmente era verídico.
A narrativa do filme apresenta uma situação que não é muito comum nos dias de hoje, digamos que, na verdade, nunca foi. Uma mulher sempre elegante, com personalidade forte, esposa do dono de uma grande rede de restaurantes americana e socialite de primeira, se interessa em ajudar um jovem e grande rapaz de 17 anos, negro, pobre (ele tinha pouquíssimas peças de roupa para se vestir) com altura e peso fora do normal, com muita dificuldade de aprendizado e socialização, porém com um coração enorme e rara aptidão para os esportes, a construir o seu caminho e vencer os obstáculos que a vida lhe impôs.
A despeito da opinião e certa rejeição de suas amigas da alta burguesia, a mulher acolhe o rapaz, chamado de “Big Mike”, como seu filho, o adotando. Alguns entraves que sempre assombraram o garoto, e outros que vão surgindo na medida em que sua capacidade intelectual começa a impedir a sua permissão para jogar futebol americano (algumas escolas americanas admitem que apenas os alunos com bom resultado acadêmico participem das atividades esportivas), vão sendo todos eliminados com o apoio da mulher, de seu marido e de seus dois filhos, que reconhecem e apóiam “Big Mike” em todos os sentidos.
É incrível como um ser humano pode se superar se tiver o suporte de uma família bem estruturada. Da mesma forma, é de se impressionar que uma mulher da alta sociedade visite bairros perigosos, com uma BMW recém lançada, para defender o filho adotivo.
O amor por “Big Mike” foi sendo edificado e consolidado por todos e pacientemente ele foi galgando degraus que antes lhe pareciam inatingíveis. Com a mãe biológica drogada e desaparecida ele nunca imaginara que um dia pudesse chegar a dirigir e ter seu próprio automóvel, mas, apesar da mudança de vida que o garoto teve, esqueçamos os bens materiais.
O que deve ser celebrado nesta história é a atitude da socialite que aplicou todos os seus instintos maternais no desenvolvimento de um rapaz desconhecido, incluindo-o no âmbito familiar como igual. Se mais pessoas com poder aquisitivo maior seguissem este exemplo e contribuíssem participando na vida e acolhendo jovens desmotivados e “supostamente” incapazes, várias coisas incríveis poderiam acontecer!

P.S.: “Big Mike” se tornou astro de futebol americano!


Fernando Christófaro Salgado

domingo, 21 de março de 2010

Além do amanhã

Suportadas as provas
Eliminadas as mágoas
Esquecidas as dores
Abafados os temores

Paciente coração
Que é curado e espera
Aprendeu com o tempo
A exercer o perdão

Encontros não mais inusitados
Serão sempre desejados
Fim dos limites intransponíveis
Estarão todos disponíveis

Cada um se conhecerá
De uma forma íntima, ímpar
Seres de alma pura
Convicção que perdura

Com uma visão de conjunto
O belo ficará mais belo
O estranho virará irmão
E o amor se simplificará

Na velocidade do pensamento
Próximos, todos estaremos
Livres no firmamento
Iremos nos transportar

Tudo ficará mais claro
Vamos entender e explicar
Mas (infelizmente) por estes dias
Teremos que esperar


Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Algum dia saberemos

Nem tudo é como gostaríamos que fosse, nem poderia ser. As coisas seriam muito fáceis e perderíamos o prazer de viver. O prazer da conquista, da sobreposição dos obstáculos, da gloriosa vitória sobre o inesperado, tudo seria anulado pela previsibilidade.
Muitas das coisas que acontecem conosco permanecem uma incógnita em nosso entendimento. Não compreendemos os motivos ou a necessidade de sofremos tanto ou a razão para que tudo que acreditamos seja desvirtuado. Quando as coisas parecem que estão bem, sempre aparece alguma coisa para atrapalhar.
Talvez seja fruto de nossa imaturidade espiritual ou moral, talvez o acaso mesmo interfira em nosso destino. O fato é que existem coisas que não possuem explicações plausíveis. Um amor que acaba da noite pro dia, um ódio ou rancor que se revela inesperadamente, um julgamento precipitado que não condiz com a realidade e que não vê margens para ser revogado. Maldita ignorância. A falta de comunicação, e a construção de um conhecimento necessário para formular um conceito correto sobre uma nova pessoa que é apresentada a um convívio social diferente é lamentavelmente falha. Infelizmente a primeira impressão ainda é a que fica, até que se prove o contrário.
Nossas experiências de vida aumentam com o tempo de nossa caminhada na Terra, aqui somos aprendizes que estão em busca de redenção e evolução a partir de nossas atitudes e da revisão e correção de nossos erros. Erramos muito, é fato, mas algum dia saberemos os motivos de tudo o que passamos e suportamos com resignação.
Nunca devemos desistir de nossos nobres ideais, eles são os alicerces que sustentam nossa honra e a responsabilidade que temos perante toda a sociedade.
Esqueçamos das tristezas transitórias e lembremos que, além do dever que temos de zelar por nós, temos também o dever de zelar pelos outros, sendo que, via de regra, uma mão lava a outra.
Talvez hoje não compreendamos toda a complexidade que rege nossas vidas, talvez ainda não seja a hora para recebermos todas as revelações esclarecedoras que responderiam nossas indagações, mas chegará o dia em tudo ficará claro. Cada pormenor será esclarecido e agradeceremos de coração, a oportunidade de aprendizado que Deus nos deu.


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 14 de março de 2010

Incômodos...

Poucas coisas ou pessoas me incomodam. Mais coisas do que pessoas, na verdade. São coisas comuns e não muito freqüentes, que acredito que também infortunem a vida dos outros, como calor excessivo, frio demais, sapato apertado, dia sem luz, falta de água ou barulho constante. Já as pessoas são complicadas e por vezes agem sem pensar. São nessas horas que elas incomodam, mas temos que relevar.
Quem nunca errou e teve alguém chamando sua atenção? Seja um professor, um colega de trabalho, um amigo, o pai ou a mãe, tem sempre uma pessoa de prontidão para abrir seus olhos quando você faz bobagens que não deveria ter feito, mas quem toma partido dos seus atos também deve saber como e quando fazê-lo.
É extremamente incômodo quando você é repreendido na frente de outras pessoas, principalmente se você recebe gritos e palavras indesejadas. O olhar dos espectadores se fixa em você e dá vontade de sumir daquele lugar, se tele transportar para bem longe dali. Cabe aqui a máxima: “Não faça aos outros o que você não gostaria que fizessem a você”.
Para chamar a atenção de alguém devemos observar a hora, o lugar certo e a maneira com que vamos falar para não deixar o outro constrangido, por pior que tenha sido a falta cometida. Perder as estribeiras e xingar não ajuda em nada. Quando existe um problema o foco deve ser a solução dele e não a causa.
Se tem uma coisa que me incomoda bastante é ser mal atendido em bares e restaurantes. Houve tempos em que eu me irritava e reclamava muito, hoje se percebo que o atendimento está deixando a desejar fecho a conta e não tardo em procurar um lugar melhor. Assim como não gosto de incomodar não gosto de ter incômodos.
Infelizmente, para algumas pessoas, a nossa simples presença já é um fator que incomoda. Para estas apenas o remédio do tempo irá trazer a tranqüilidade e a felicidade real. Enquanto elas não se despirem da inveja e do rancor que guardam não entenderão que o mal que guardam dentro de si é como um tiro que sai pela culatra.
Não é possível agradar a todos, nem eliminar todos os incômodos, mas podemos administrá-los de forma que eles sejam tratados da melhor maneira possível, procurando soluções criativas e mantendo o autocontrole. Não se incomode por qualquer coisa!


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 9 de março de 2010

Em algum lugar

Não sei onde se perdeu
Ficou pra trás, sem deixar rastros
Começou com um brilho intenso
Era o mais belo dos astros

Dia e noite era tudo igual
Percebida e constante presença
Mesmo que não a visse sempre
Estava lá sem pedir licença

Agora se esconde de mim
Finge não se importar com nada
Se não fosse o clarão do Sol
Ela mantinha a madrugada

Sempre que cai a noite
Espero sentado na escada
E contemplo junto às estrelas
Mais uma noite enluarada

Perguntam-me por que espero
Com nuvens negras a tampar a visão
Sei, ela sempre estará lá!
Independente de qualquer previsão


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Alívio real e imediato

Suportamos, durante o curso de nossas vidas, uma enorme carga de pressão, que se intensifica na medida em que assumimos novas responsabilidades. Em geral, quanto mais velhos, mais complexa fica nossa tomada de decisão e mais difícil é para relaxarmos e esquecermos o stress do dia a dia.
Estudamos enquanto jovens, batalhamos pelo primeiro emprego, com certo tempo constituímos família e surgem novas contas, aparece um tal de imposto de renda, que antes não fazia parte da sua realidade, e leva embora grande parte de seu suado salário. Nos acostumamos. Não há muito que fazer... Nasce o primeiro filho. As despesas aumentam, seu salário não. De quebra você fica com uma vida a mais para se preocupar e cuidar. Tudo segue seu curso natural, mas, como quebrar o ritmo e se sentir novamente no controle da situação? Como esquecer os problemas ou, ao menos, amenizá-los?
É preciso, antes de qualquer coisa, que mantenhamos o foco. Não devemos nunca dar passos maiores que nossas pernas. Planejamento é a palavra chave! Porém, quando tudo já foi por água abaixo, precisamos mesmo é de coisas que aliviem nossa tensão.
Estive pensando em coisas simples, que têm o potencial de amenizar um dia difícil e nos trazer algum alívio, ou dispersar nossa atenção de coisas que nos incomodam. Talvez não tenha o mesmo efeito para todos, é muito provável que não, mas o singelo sorriso de um bebê afasta rapidamente de mim os momentos de melancolia.
Coisa fácil de fazer e que também faz muito bem pra mente e pra alma é fugir um pouco do caos das grandes cidades e visitar algum lugar onde se possa contemplar e curtir a natureza, longe de barulho, poluição, violência e trânsito. Numa pesquisa rápida na internet é possível descobrir lugares maravilhosos a preços bem acessíveis e o melhor, bem próximo de onde você mora! Salve o Brasil!
Às vezes me espanto quando penso que não conheço a Serra do Cipó, paraíso ecológico abarrotado de cachoeiras e localizado a apenas 90 km da cidade onde moro, Belo Horizonte. Com certeza um ótimo lugar pra se relaxar e que já está nos meus próximos planos de viagem.
Como dizem, recordar é viver. Outra coisa que faço para aliviar a tensão é ver fotografias antigas. Pessoas, lugares, festas, viagens, todos tiramos fotos de momentos especiais e estes nos incitam lembranças capazes de nos revigorar.
São várias as situações que nos trazem maior tranqüilidade. E você, o que faz para ter um alívio real e imediato?


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Como se fosse a primeira vez

A inspiração surge de uma forma inusitada. Reflexões diversas vão aparecendo a partir de simples constatações. Músicas me fazem pensar. Boas músicas, que carregam significados e mexem com o íntimo. Na verdade, uma frase da música “Eu vou tentar”, composta por Rodrigo Koala e tocada pela extinta banda Ira!, me trouxe hoje para os teclados do PC.
“Tudo como na primeira vez”. Se começarmos a reparar sempre nos esmeramos mais quando estamos fazendo alguma coisa pela primeira vez. É a hora de deixar uma boa impressão, de dar o melhor de si e não errar.
É também a primeira vez que se fixa em nossa lembrança com maior intensidade, deixando marcas profundas. Um primeiro olhar, um primeiro beijo, o dia em que a inexplicável “química” encontra uma fórmula estável e aparentemente perfeita. Alguns se prendem a datas, outros nas sensações do momento. O instante em que olhares se cruzam despretensiosamente, mas acabam requerendo uma sinergia que parece mágica, não ocorre todos os dias. Bem que poderia ocorrer, quando bem quiséssemos. Mas, infelizmente, não é assim que acontece.
A magia vai dando lugar à realidade e evoluir nos relacionamentos e em nossas ações é necessário. Os sentimentos que provocamos em outros está fora de nosso controle e tendo tido êxito em um primeiro contato tudo o que podemos fazer é desejar que as coisas a seguir sejam como nesta ocasião.
Assim como nas relações amorosas, nas relações profissionais e pessoais também procuramos causar um impacto positivo quando chegamos a um novo ambiente. No primeiro dia de trabalho, no primeiro dia de aula, na primeira competição esportiva, nos preparamos para não fazer feio. Os homens fazem a barba, cortam as unhas, se vestem com roupas novas e passam perfume, as mulheres se maquiam, arrumam o cabelo, fazem as unhas e, dentre outras coisas, também passam perfume. Quase ninguém perde a oportunidade de se apresentar da melhor forma (quem ainda perde está na hora de acordar).
O fato é que, invariavelmente, perdemos a empolgação e o zelo que temos quando praticamos algo pela primeira vez. Deixamos, até mesmo sem querer, que as coisas tomem novos rumos e, relaxados, perdemos a chance de manter coisas que representam grande valor para nós.
Se mantivéssemos sempre toda a energia que empregamos para fazer as coisas da melhor maneira possível, tentando impressionar e ficar “bem na fita” como se fosse a primeira vez, lograríamos muito mais sucesso do que o normal.

Abaixo o clipe da música citada:

Eu vou tentar - Ira!

Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Escolhas e escolhidos

“Nunca é tarde para começar (ou recomeçar)!” Esta é uma frase ordinária, ou seja, temos o costume de ouvi-la com freqüência, principalmente quando estamos em alguma fase de transição ou com perspectivas duvidosas de mudança.
Não deixa de ser uma frase encorajadora, mas para que ela comece a ter algum efeito positivo na vida de alguém é necessário que sejam feitas escolhas.
Falar é realmente fácil, já escolher alguma coisa, seja ela qual for, é uma tarefa bem mais complicada. Dentre tantas opções que são colocadas ao nosso alcance muitas vezes não fazemos as escolhas mais acertadas, tanto em questões triviais quanto naquelas que envolvem riscos e podem comprometer o direcionamento de nossas vidas.
Quem nunca comprou uma camisa e teve vontade de trocar depois? Ou foi a um restaurante self service e ficou na dúvida entre bife de boi ou frango grelhado? A cada momento somos obrigados a fazer escolhas. Qual trajeto farei para chegar ao serviço amanhã? Qual curso vou fazer na faculdade? Em qual escola de idiomas matriculo meu filho? As respostas a estes e outros questionamentos são determinantes para os caminhos que escolhemos trilhar, para a maneira com que desejamos ser vistos e para vislumbramos o esboço de nosso futuro.
Quando fazemos uma escolha nada garante que ela será a melhor, por isto a frase supracitada sempre vem à tona. Temos a chance de errar, de não gostar, de fazer de novo, e de novo, quantas vezes acharmos necessário até nos darmos por satisfeitos.
Dentre tantas escolhas a serem feitas existem algumas situações em que temos que ser escolhidos, e nestas, particularmente, não podemos errar. Só são escolhidos os bons, os que possuem talento, ou que por mérito e esforço próprio adquiriram uma posição de destaque. E como é difícil ser escolhido hoje em dia...
Para aqueles que desejam ser escolhidos existem algumas barreiras que se impõem ou são impostas:
A primeira barreira chama-se concorrência. Tem sempre alguém que faz, fez ou quer fazer a mesma coisa que você. Seu desafio é superar as outras pessoas e apresentar algum diferencial que seja atrativo e de valor para quem estiver escolhendo.
A segunda é o relacionamento, para aqueles que desconhecem esta palavra a chance de ser escolhido se reduz significativamente. Quanto mais pessoas você conhecer maior será a possibilidade de mostrar quem você é, suas qualidades e aptidões.
A terceira e não menos importante, por ser muitas vezes determinante se você será escolhido ou não, é a sorte. Empatado em todos os pré-requisitos com outro candidato, em um dia de sorte você pode conseguir o emprego que mudará a sua vida, basta a escolha de um gerente ou diretor de empresa.
Escolhendo ou sendo escolhido, em ambas as situações temos que fazer o máximo para minimizar possíveis erros ou rejeições, para tanto, se conhecer bem e procurar se desenvolver cada vez mais intelectualmente, se relacionando bem com todos que tiver contato, é de fundamental importância.


Fernando Christófaro Salgado.