Google Website Translator

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silêncio, o pior dos castigos

Um gosto amargo na boca prevalece quando estamos sofrendo, é como se tudo perdesse o sabor, com digestão não funcionando corretamente e o sistema nervoso não colaborando. Têm horas em que suamos frio e enfraquecemos com a queda de pressão, este conjunto de sintomas indesejáveis não é, de certo, nada agradável. Sofrer é inerente ao ser humano, que habita este mundo para evoluir, mas caminhamos com uma lentidão estonteante para atingir um grau evolutivo que elimine o sofrimento como meio para esta tão almejada evolução. Durante o curso de nossas vidas somos recorrentemente castigados, sejam por doenças, acidentes, perdas materiais ou afetivas, mas, a meu ver, o pior dos castigos é o silêncio. Quando alguém se silencia está renegando totalmente o outro, esta usando uma arma poderosa que impede qualquer aproximação, excluindo definitivamente de seu mundo a pessoa com quem se nega a falar, se recusando a dar e a receber notícias. Nos presídios o castigo máximo é enviar um detento para a “solitária”, lá, isolado do mundo, ele não tem com quem conversar e no silêncio sem fim pode vir a enlouquecer, se permanecer por um longo período de tempo nesta situação de exclusão.
O silêncio é um veneno cruel que não devia ser aplicado nem sobre os nossos piores inimigos, muito menos diante das pessoas que um dia amamos ou que foram amadas por nós.
Quando quiser castigar alguém, esqueça o silêncio, talvez uma simples conversa possa deixar claro que existem outros caminhos para resolução de problemas.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Nossas conexões e suas variáveis



Diariamente temos a oportunidade de nos relacionar com outras pessoas, a menos que fiquemos trancafiados em casa, isto irá invariavelmente ocorrer. Pode ser um simples olhar, um aceno ou um desejo de “bom dia”. Com qualquer um que cruzar nosso caminho podemos estabelecer algum tipo de relação.
Uma maneira fácil de ilustrar isto é quando pegamos o mesmo ônibus, no mesmo horário, todos os dias. O motorista se repete, o trocador está sempre ali e até os passageiros costumam não variar. Com um pouco de observação e análise podemos verificar como varia o humor de cada integrante desta jornada rotineira, rumo a mais um necessário dia de trabalho.
As conexões que temos com estas pessoas são bastante sutis, sabemos que elas existem, podemos até dar falta delas em um dia que não estiverem no ônibus, mas se não firmarmos nenhum tipo de diálogo com elas dificilmente elas irão ter um papel mais relevante em nossas vidas.
Avançando um pouco na questão dos relacionamentos, dependendo da área em que trabalhamos ou da nossa profissão devemos manter contato com colegas que praticam atividades complementares ou integradas as nossas. Somos convidados, vez ou outra, para festas de aniversário, batizados, casamentos, formaturas, enfim, temos uma participação um pouco mais ativa na vida dos que comungam conosco o mesmo ambiente de trabalho. Ainda assim, mesmo estando presentes ativamente em nossa vida profissional e em ocasiões especiais estas pessoas não podem ser consideradas próximas de nós, não há, salvo algumas exceções (claro, elas sempre vão existir), espaço para intimidade. Na hora do aperto, definitivamente, não são elas que irão nos socorrer.
Falemos dos laços consangüíneos, teoricamente eles deveriam representar as nossas mais fortes conexões com outras pessoas, entretanto, nem sempre isto é verdade. Infelizmente, é comum vermos filhos que não conversam com pais, irmãos que olham nem na cara uns dos outros, primos que nem se quer se conhecem ou se encontram de forma tão rara quanto um eclipse solar.
Não menos comuns são famílias felizes e estruturadas, sim, elas existem e são nelas que se firmam a sinceridade, a confiança, a partilha, a união, a verdade, o companheirismo, a preocupação genuína e o amor verdadeiro. Fora deste tipo de família tudo isto raro, mais não deixa de existir na variável de uma relação de amizade capaz de abarcar todas estas qualidades.
Conexões e suas variáveis são assim, podem ser muito ou pouco intensas, mas nunca serão iguais.

Fernando Christófaro Salgado.