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terça-feira, 19 de abril de 2011

Conto das montanhas nevadas


Mudam-se as estações, muda-se o clima, mudam-se as paisagens, em um curto espaço de tempo tudo pode mudar. O inverno já se apresentava vigoroso, mas naquelas montanhas de elevada altitude, onde a branquidão da neve deveria reinar, o verde dos pinheiros e a secura da grama ainda dominavam as cordilheiras.
Era como se faltasse algo para preencher o ambiente, deixando-o estranhamente triste. As montanhas sentiam-se solitárias, como se ninguém se importasse com elas. De fato, sem sua cobertura especial, elas se tornam tão comuns quanto qualquer coisa que não nos chama a atenção.
E era assim a maior parte do ano, sem visitantes, sem diversão, sem nada de diferente. Porém, calejadas pelo tempo, as montanhas sabem esperar por seu momento de triunfo. Para completar aquele vazio elas aguardam cair o primeiro floquinho de neve, o responsável inicial por revigorar toda a sua beleza, por atrair pessoas que possam fazer daquele lugar tão frio um lugar prazeroso de se estar e, em contrapartida, elas sempre se aprazem com o calor humano e com toda a energia que recebem dos turistas, vindos dos mais diversos países.
Infelizmente, o período de duração de toda a atratividade que a neve traz é relativamente curto e, apesar de, em alguns lugares, haver neve constantemente, como nos elevados picos, as montanhas esperam mesmo, a cada ano, é que chegue logo a hora de nevar sem parar e que tudo se cubra com o branco mais branco, que faça confundir o chão com os céus carregados de nuvens.
Por fim, mesmo com a ansiosa espera elas lembram que os primeiros floquinhos sempre caem, logicamente, em seus pontos mais altos e os presenteiam com um lugar que não pode ser alterado pelas variações climáticas. Dada a sua importância eles sempre terão espaço especial, reservado, bem lá no alto.


Fernando Christófaro Salgado.

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