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terça-feira, 21 de julho de 2009

Castelos de areia

Em meio a bilhões de pessoas no mundo, dentre as que não vivem em regiões litorâneas, muitas, já com idade avançada, nunca tiveram a oportunidade de estar frente a frente com a maravilha dos mares, de colocar os pés na areia e de sentir a força das ondas. Mas com toda a certeza todos os habitantes da Terra já brincaram de construir castelos de areia e muitos continuam brincando por toda a vida.
Os minutos de nossas vidas se resumem a grãos que vão se acumulando e tomando formas variadas. Com o passar do tempo vamos construindo nossa história e alguns momentos de nossas vidas podem ser representados por castelos de areia.
Sem a ação do vento e longe da ação das marés eles duram e nos trazem grande satisfação, mas se forem construídos no lugar e no tempo errados se dissolvem com extrema facilidade e, com eles, rapidamente se vão embora todo o esforço e alegria proporcionados pela realização do trabalho de erguer uma grande, porém, frágil estrutura.
Lutamos para que as coisas em nossas vidas se estabilizem, mas nos esquecemos de formar bases concretas para dar sustentação às nossas decisões. Deixamos que nossos planos sejam destruídos por falta de planejamento, por achar que não há nada que possa interferir em nossos projetos. Damos uma dimensão que não é real para determinados sentimentos e valores, criando uma atmosfera de completude a nossa volta que em verdade esconde um grande vazio.
Muito tarde percebemos que castelos de areia são coisas de criança e que precisamos nos munir das rochas mais resistentes para edificarmos fortalezas que nos ajudem a suportar as pressões e vicissitudes do dia a dia. Fortalezas que não sejam destruídas mesmo pela ação das maiores forças da natureza e do homem.
Desta forma, castelos de areia são como alegrias passageiras, formados na inocência e com previsão certa de serem extintos. Alegrias em que muitas vezes insistimos em nos enganar e depois sofremos por não termos buscado na hora devida alternativas que nos auxiliassem a abrir os olhos e enxergar que estavam era de brincadeira conosco.

Fernando Christófaro Salgado

domingo, 19 de julho de 2009

Uma distância imposta

Nem todos nós temos a mesma disponibilidade para nos envolver em questões que não nos dizem respeito diretamente, que não envolvem nossas vidas ou a de nossos familiares e amigos mais próximos.
Diante das dificuldades ou complexidades da vida é normal que encontremos barreiras para definir nosso próprio caminho, para conduzir nossas relações e administrar nosso tempo de forma adequada. Temos a sensação de estarmos sempre sobreLFcarregados de atividades e nos sentimos incapazes de extrapolar os limites a que nos impomos.
Estabelecemos certa distância de tudo o que foge de nossas rotinas. Não experimentamos coisas novas e não nos esforçamos para fazer as coisas diferentes. Estamos adaptados psicologicamente a todas as situações que vemos e presenciamos diariamente.
O mendigo encolhido de frio dormindo debaixo da ponte, a criança raquítica fazendo malabarismos nos sinais de trânsito, as filas intermináveis nos postos de saúde, os extermínios e brigas gerados pelo mundo das drogas, a mãe que abandona o filho, o filho que mata o pai, notícias que fazem sangue e lágrimas jorrarem das frases que expressam não comovem tanto aos que não estão intimamente ligados com as pessoas que sofrem das diversas mazelas do mundo.
Temos receio de nos aproximar e nos relacionar com pessoas de classes mais simples, fugimos de responsabilidades que entendemos não serem nossas. Culpamos o governo de ser negligente (o que é fato) com os problemas da sociedade, mas não lutamos com eficiência e eficácia para alterar os quadros atuais. Não nos comprometemos com nada além de nossas obrigações e cobranças habituais. Estudar, trabalhar, obter reconhecimento pessoal, financeiro e afetivo.
Deveríamos transpor a distância que impomos a nós mesmos e começar a fazer parte de algo capaz de modificar o estado em que a sociedade reage às intempéries da vida.
Um site capaz de direcionar aos que possuem o desejo de somar e fazer a diferença na vida dos que realmente necessitam de auxílio é o www.voluntariosonline.org.br, onde você pode se cadastrar e ser voluntário em diversas atividades, muitas presenciais e muitas através da internet, onde o compartilhamento do conhecimento se torna a força motriz das mudanças e melhorias de diversas instituições.
O site conta com o apoio de várias empresas de renome como SKY, Google, Magazine Luiza e Malhas Malwee. Respaldado por estas empresas e pelo apoio institucional da UNESCO e de outras entidades ele possui grande potencial de crescimento ao propor o encurtamento da distância entre os que procuram uma forma de ajudar e as necessidades reais das ONGs.
Saber que podemos fazer um pouco mais do que fazemos pelo bem comum, dispensado algumas horas por dia ou por semana para efetivar melhorias na qualidade de vida de alguém e refletir com afinco sobre isso já um passo para começarmos a adentrar em mundos distantes da nossa realidade, mas que precisam de nossa presença e nossa habilidades muitas vezes desperdiçadas.

Fernando Christófaro Salgado

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Idéias nem tão novas...

A capacidade de criação e inovação do ser humano é surpreendente. Com a velocidade da evolução das coisas não nos damos conta do quanto tudo muda ao nosso redor. Avançamos no tempo e absorvermos toda a informação que nos é transmitida deixando pra trás todos os instrumentos, equipamentos, ferramentas, meios de comunicação ou de transporte que ficaram obsoletos e foram sendo substituídos por outros mais modernos, práticos ou econômicos.
Somos engolidos pela tecnologia e pelo seu poder de mudança, seduzidos pelas benesses oferecidas por uma infinidade de coisas cada vez mais multifuncionais, cada vez mais deslumbrantes e com uma qualidade invariavelmente superior.
São as idéias novas que movem e modificam o mundo e infelizmente elas não surgem em passes de mágica, da mesma forma, grandes idéias muitas vezes morrem antes mesmo de serem colocadas em prática, não passando de um esboço do que poderia vir a ser uma grande construção.
Mas nem toda idéia deve ser espetacular, única ou exclusiva. As idéias devem ser compartilhadas e alimentadas pela contribuição de outras pessoas, pelo concurso de novos pensamentos e pela soma das vontades de alterar o status quo.
Para que sejam válidas elas precisam ser direcionadas para a melhoria e edificação de algo que já não atende mais aos nossos anseios, devem ter objetivos bem definidos e serem abertas a todas as sugestões e alterações que se façam necessárias para que fluam com mais harmonia e cresçam transpondo os limites do imaginável.
Procuremos desenvolver nossas idéias sempre as divulgando, mesmo que elas não sejam novas, se alguém já estiver fazendo há muito tempo o que você pensou ser uma inovação, não desanime. Todas as idéias existentes podem ser moldadas e melhoradas e cabe a nós o desafio de fazer valer e divulgar as boas idéias que já existem, injetando nossas forças e recursos para colher resultados cada vez mais satisfatórios e melhores para todos.

Fernando Christófaro Salgado

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Incomensurável valor

Descobrir coisas boas a nosso respeito, idéias e concepções gentis que os outros fazem de nós é sempre uma ótima surpresa, principalmente quando elas surgem das pessoas que menos esperamos.
Não há como medir o valor que nos é atribuído no ambiente em que vivemos se não for expresso algum reconhecimento ou elogio, ou ainda se em meio a dificuldades não surgirem palavras edificantes e ofertas de ajuda com total desinteresse por parte dos que convivem conosco.
Todos nós temos algum valor para alguém e valorizamos pessoas com uma intensidade e variedade que lhes são desconhecidas. Quando não expressamos as coisas boas que sentimos ou achamos estamos encobrindo verdades que poderiam ser reveladas, levando alegrias e engrandecendo as almas dos próximos.
Não é preciso se conhecer muito de uma pessoa para que surja o apreço. Este vem de graça, surge de uma simpatia visivelmente mútua e através de um gesto ou de uma forma de tratamento diferenciada pode se eternizar por toda a vida.
Quando apreciamos alguém criamos uma imagem positiva da pessoa, de forma que mesmo que os destinos nunca mais cruzem nossos caminhos a semente plantada já terá crescido e as raízes terão se fixado nas lembranças das experiências inesquecíveis outrora compartilhadas.
Num futuro não muito distante todos aqueles a que somos simpáticos estarão mais próximos de nós. Os laços se reforçarão e poderemos descobrir mais e nos aprofundar mais quanto ao valor de cada um, conhecendo mais, também, o valor que temos para os outros.

Fernando Christófaro Salgado

terça-feira, 14 de julho de 2009

Faltando pedaços

Existem dias em que acordamos e temos uma estranha sensação de vazio. Algumas partes do nosso ser foram entregues aos cuidados de pessoas que acabaram as perdendo. Estão faltando pedaços em nós. Seriam inquietantes as constatações que levassem a crer que demoramos a reunir e encaixar as peças distribuídas pelo nosso quebra-cabeça chamado coração.
Mas elas não estão completamente perdidas, vagam a esmo, porém, aguardando que as variações do tempo possam preencher os espaços que ficaram sem conexão. Cedo ou tarde elas formarão um todo novamente.
Apostamos algumas vezes e perdemos várias, mas nunca devemos desistir. Somos pulverizados, mas como a lendária ave Fênix todos podemos renascer das cinzas, voltando mais fortes e com virtudes mais vívidas.
Chegará um ponto em que as partes de nossos corações ao invés de faltar começarão a sobrar e poderemos deixar que elas sejam levadas sem maiores implicações.
Nesse ponto os sentimentos terão sido purificados e nada guardarão de rancor ou mágoa. Relevarão se forem relevados. Toda a forma de egoísmo será dissipada. Ainda que o vazio permaneça e insista em assombrar os recônditos da alma, resplandecerá com toda a força o desejo de continuar a ofertar bons pensamentos, boas palavras e boas lembranças quando tivermos de ceder e entregar partes de nós.
Será simples, por livre e espontânea vontade forneceremos o nosso melhor, sem cobranças, sem nos dar conta de que aquilo que era nosso agora é parte do todo. Conscienciosamente seremos mais confiantes e capazes de nos completar. Nunca completaremos ninguém, iremos, sim, auxiliar aos outros que descubram as peças que lhes faltem na medida em nos for facultado fazê-lo.

Fernando Christófaro Salgado

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Desejos insatisfeitos

Desejos insatisfeitos são como venenos que matam lentamente. Possuem a força de um rolo compressor que esmaga a esperança. Recorrentemente invadem nossa mente e disseminam a tristeza. Nos mostram o quanto somos incapazes de dominar nossos sentimentos e expurgar a dor que contamina nossa alma.
Desejos têm que ser capazes de serem satisfeitos, têm que estar ao nosso alcance, não podem depender dos outros e nem da sorte.
Se desejar ter, planeje com eficácia e siga as metas pré-estabelecidas. A paciência e perseverança juntas podem mover o peso de um mundo e acumular riquezas que vão muito além do vil metal.
Se desejar ser, comece refletindo sobre seus atos e sobre as mudanças que ainda pode operar sobre si. Somos quem podemos ser até o momento em que descobrimos que éramos menos do podíamos.
Se desejar estar, permita que o tempo corrija os erros de percurso. Se perdoe e perdoe aos outros, não há lugar melhor para se estar do que aquele que nos deixa com a consciência tranqüila e ativa a alegria de viver.
Se desejar fazer, faça! Nada pode te impedir! Mas não deseje coisas impossíveis, não alimente esperanças no que se refere a coisas que não lhe competem.
Desejar é diferente de sonhar, o desejo é concreto e pode ser realizado se bem orquestrado, o sonho é abstrato e livre de limites. Podemos sonhar com o que quisermos, mas devemos ter o pé no chão e saber o limiar entre sonhar e desejar.
Desejos insatisfeitos são reflexos indesejados da nossa incapacidade de compreender que tudo tem seu motivo de ser.
Lubrifiquemos as engrenagens de nossas vidas com desejos que estiverem ao nosso alcance, deixando para trás desejos que não podem ser realizados.

Fernando Christófaro Salgado

domingo, 12 de julho de 2009

Difícil explicar

Fecho os olhos. Elevo o pensamento e sinto cada célula do meu corpo, cada átomo. Me despedaçaria em bilhões de pedaços pra poder ser facilmente transportado para o lugar que imagino. Iria me recompor, sempre me recomponho. Não há traços mais profundos, palpitações dilacerantes que nunca cessam, é difícil explicar.
Queria que fosse diferente, que pudesse manipular o tempo e o espaço ao meu bel prazer, que pudesse externar todo meu sentimento, não caberia numa folha de papel, não caberia num livro, não caberia numa vida. Terei que renascer pra recomeçar, estarei lá, de novo, com a semente plantada no inconsciente, sabendo intimamente que o destino irá cruzar de novo os caminhos que um dia foram únicos. Na espera incessante aguardarei com cautela. Árduos desafios ainda hão de se impor. Não hei de esmorecer. Tudo faço para melhorar, talvez não seja muito, engatinho. Olho e às vezes me sinto covarde. Deveria ter estendido a mão e não o fiz. Me arrependo. Geralmente é assim quando não completamos os desejos, quando deixamos a vontade pra trás. Mudar. Amanhã pode ser diferente, vai ser. A cada segundo uma respiração, um suspiro. Instantes que marcam uma história que não tem fim. O tudo se torna nada. Vazio. Buraco negro que engole tudo que avança e provoca reboliço. Surge o novo. Virtude ampliada de uma nascente verdade. Não vai ser fácil...
Espero, contudo, superar obstáculos, triunfar diante das excepcionalidades do amanhã. Descobrindo o que não sabia, o que não sentia, o que não fazia, passarei a ser diferente. Me conhecerei mais e poderei doar mais. Estarei mais disposto e capaz de esclarecer o que tento dizer.

Fernando Christófaro Salgado

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Aprenda a ouvir não!

Quanto mais a gente vive mais a gente aprende o quanto é difícil mudarmos a opinião de alguém. Quem teima em não mudar de idéia acaba sendo também vítima da teimosia. É muito comum conhecermos pessoas que não aceitam ouvir não como resposta ou pior, a ouvir uma opinião diferente da sua.
Alguns, numa insistência contínua e irritante, repetem as mesmas afirmações ou os mesmos questionamentos na tentativa de convencer de que suas idéias e crenças são as corretas enquanto o outro diz não, irredutível e convicto, nada aceitando que seja diferente de suas próprias concepções.
A partir deste cenário as divergências começam a aflorar e as conversas inicialmente tranqüilas podem se tornar discussões intermináveis e perigosas.
Precisamos aprender a ouvir não dos outros, não quero, não concordo, não aceito, não vou! Cada um tem seu tempo e compreende as coisas de maneiras diferentes. Insistir é invadir um espaço que não lhe foi dado nem lhe é de direito, é tentar impor um pensamento ou vontade particular a outro.
Nossa personalidade vai sendo moldada desde a infância e se estabelece quando nos tornamos adultos, na medida em que vamos aprendendo vamos alterando ou não nossas convicções, de acordo com nossa maturidade intelectual, social e espiritual.
Quando ouvir um taxativo “NÃO” reflita e não busque conflitos. Mesmo que você tenha certeza de que está certo ou que a maneira com que você lida com determinado fato é a melhor forma para resolvê-lo não insista! Se você estiver mesmo com a verdade ao seu lado o tempo irá se encarregar de ensiná-la aos outros por você.

Fernando Christófaro Salgado

Túnel (quase) sem fim

Outro dia ouvi uma pessoa dizer que sempre quando entra dirigindo em túneis escuros ela tem a sensação de que as paredes irão se fechar, desabando sobre ela e que o asfalto que vai ficando para trás revela que a escuridão se torna envolvente e sombria fora dos feixes de luz dos faróis. Ela me disse que antes mesmo de entrar no túnel já fica ansiosa para alcançar a luz e se livrar daquele tormento momentâneo. São as mesmas sensações que tenho quando penso em certos caminhos que trilho, e que acabam se tornando incertos quando surgem problemas inesperados.
Por vezes não estamos completamente preparados para executar algumas tarefas a que somos requisitados ou nos propomos a realizar. Parece que não nos comprometemos no nível desejado e esperado pelos outros e até mesmo por nós mesmos.
Um potencial causador desse comportamento é nossa ansiedade, que como um túnel sem fim, nos faz sentirmos pressionados a encontrar rapidamente todas as soluções.
A ansiedade pode ser expressa de diversas maneiras: as mãos começam suar, batemos as pernas no chão incessantemente, surge uma vontade súbita de irmos ao banheiro, gaguejamos para falar, temos “brancos” mesmo dominando um assunto, a espera nos aflige extremamente e o tempo se torna o nosso maior inimigo.
Devemos nos preparar previamente para todas as situações que pudermos enfrentar nos munindo da melhor forma para isso. Felizmente temos fontes poderosas que podem iluminar os nossos caminhos facilitando as escolhas e decisões e amenizando a inquietude ocasionada pelo medo e desafio do desconhecido.
Nossas fontes para vencer os túneis sem fim impostos pela ansiedade são o autoconhecimento, o estudo prévio com foco nos resultados, a autoconfiança e a paciência. Sem alimentarmos estas fontes dificilmente encontraremos uma luz no fim do túnel, nos decepcionando quando chegarmos ao final, vendo que nada mudou.

Fernando Christófaro Salgado

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Nada mais a dizer?

Acabaram as suas forças? Já desistiu? Você é fraco assim? Quer dizer que não adianta mais lutar? Como você deixou passar esta chance? Você sempre faz tudo errado? Por que não fez deste jeito? Foi assim que combinamos? Quando perdeu a vontade de vencer? Eu não te avisei? Onde você estava com a cabeça?
Quando sofremos uma derrota não é fácil assimilar a perda rapidamente. As cobranças são inevitáveis e questionamentos inoportunos pipocam ao nosso redor.
Sempre que ouvir censura e intrusões na forma como atuou ou agiu que em nada lhe acrescentam apenas retribua com uma pergunta: “Não tem mais nada a dizer?” E depois se afaste e deixe que o silêncio cumpra o papel de trazer a reflexão àquele que tenta te afundar em pensamentos destrutivos.
Toda derrota é um aprendizado e quando você não puder levar palavras de incentivo e amparo aos que necessitam lembre que o silêncio será melhor remédio do que uma chuva de reclamações e ponderações sobre a condição do outro.
Quando os outros nos cobram acabamos por nos cobrar também e este é o pior tipo de cobrança, pois ela permanece indefinidamente, se estabelecendo até mesmo em outros campos e situações de nossas vidas.
Somos levados a crer que devemos ser como super heróis que vencem todos os obstáculos e devem estar sempre no topo, em destaque em todos os aspectos.
Não devemos nos deixar abater por nenhum tipo de derrota, toda vitória e conquista são conseqüências do tempo. Com perseverança e fé tudo iremos conseguir, mesmo que precisemos nascer de novo e nos reinventar sempre teremos outras chances de dizer ou fazer o que quisermos, desde que seja para o bem.

Fernando Christófaro Salgado

terça-feira, 7 de julho de 2009

If we could touch a soul…

Hoje me atentei para um fato curioso e talvez até idiota, mas que não deixa de fazer algum sentido. O único momento em nossas vidas que podemos, com um pequeníssimo atraso, saber o que se passa na cabeça das outras pessoas sem que elas queiram é quando elas estão escrevendo algo perto de nós, porém não perceberam que estamos próximos e acompanhando o raciocínio.
Essa aproximação sorrateira não é uma atitude de bom tom, mas por vezes ela ocorre de forma involuntária e captamos até mesmo sem querer a conversa ou dissertação que em frações de segundo saem da mente de uma pessoa e seguem para a ponta de seus dedos para tomar a forma de letras, palavras e frases.
Quando você escreve algo você está expressando e eternizando um pensamento que lhe ocorre num determinado momento. Através da escrita coisas íntimas e belas podem ser cuidadosamente elaboradas, as palavras podem revelar segredos e trazer novidades, mas por mais que tentem, por mais que comovam, por mais que provoquem reflexões elas nunca poderão expressar um sentimento em toda a sua plenitude.
O que sentimos é único e ainda não existe maneira de se medir um sentimento, o quanto ele pode crescer, qual é a dose certa de sentirmos. Nós ainda não dominamos tudo o que encerra nossos corações. Cada pessoa vive seu universo particular e percebe e sente as coisas de forma diferente. Claro que ocorre sinergia de pensamentos e sentimentos, de outra forma seria impossível que os seres humanos se relacionassem, mas a sinergia não implica que a intensidade de sentimentos seja equivalente.
Acredito que todo o nosso potencial e sentimento não ficam guardados em um só lugar, eles se distribuem por toda a nossa alma, que guia nosso consciente e guarda as virtudes e defeitos do nosso inconsciente. Se pudéssemos tocar uma alma (If we could touch a soul) estaríamos tendo a revelação dos reais sentimentos que habitam um ser pois chegaríamos o mais próximo possível de poder compreender o que se passa no íntimo de alguém.
Tentemos elevar nossa alma para que nossos sentimentos se tornem mais amplos, dignos e verdadeiros e num futuro próximo possamos compartilhá-los de forma que nossa simples presença contribua para o bem estar dos que procuram amenizar as dores da alma.

Fernando Christófaro Salgado

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Admirável respeito

É bom acreditar e saber que ainda existem pessoas que respeitam os relacionamentos e não se traem se entregando a desejos momentâneos. Entendo que este respeito deveria ser algo comum, mas nos dias atuais é de se admirar que ainda existam homens e mulheres fiéis aos seus valores e aos outros. Não é minha intenção julgar ou determinar o que é certo ou errado, guio minha consciência não fazendo aos outros o que não gostaria que me fizessem.
Sigo uma linha de pensamento que não é rígida, muito pelo contrário, ela é bastante flexível e por isso mesmo ela vai se moldando dia a dia e adquirindo contornos diferentes, de acordo com o que vejo, aprendo e sinto, porém existem conceitos e valores que são imutáveis para mim e o respeito é um dos que mais prezo. Junto com o respeito caminha sempre a verdade, que por mais dura que possa parecer deve ser encarada como a melhor maneira para a solução de qualquer problema ou impasse.
Se dispor a escutar alguém que você não conhece, lhe dando a devida atenção é sinal de educação e também de respeito. Conhecer pessoas novas e descobrir pontos em comum ou divergentes é excelente para aprendermos a nos analisar melhor e a delinear novos conceitos e pensamentos.
Conhecer nossos próprios limites e descobrir o dos outros é fundamental para que não faltemos com o respeito ao próximo. As mudanças devem acontecer com o tempo e com certeza virão. Não é saudável ou indicado querer mostrar ao cego o que ele não quer ver, mesmo diante de fatos concretos muitos possuem opiniões irredutíveis, saibamos respeitar e entender que cada um atribui pesos diferentes para as coisas e crê no que acha correto.
Gostaria que houvesse menos admiração pelo respeito, que ele fosse comum como nossa respiração. Não tenho dúvidas de que viveríamos num lugar mais tranqüilo, as relações seriam mais fortes e sinceras e menos aborrecimentos teríamos.

Fernando Christófaro Salgado

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nunca sinta pena!

Acredito que não devemos sentir pena de ninguém. Calma! Não sou radical e sem coração. Vou explicar o por quê! Entendo que quando sentimos pena dos outros na verdade estamos nos recriminando diante da impossibilidade de agirmos e alterarmos o estado da pessoa ou nos colocamos no lugar do outro imaginando como lidaríamos com determinada situação ou deficiência se fôssemos nós a encará-la.
Falo com conhecimento de causa. Tive de realizar uma cirurgia no joelho esquerdo para aliviar a pressão que meus ossos estavam fazendo nos ligamentos laterais e que me causava bastante dor. Na ocasião, após a cirurgia, tive que enfaixar e imobilizar a perna esticada. Por uns 3 meses tive que usar cadeira de rodas para ir para a faculdade e me locomover. É uma sensação muito ruim perceber que as pessoas têm pena de você, os olhares lastimosos e às vezes involuntários revelam que ser ou estar diferente causa um impacto nos outros que eu não podia imaginar antes de passar por isso.
Na época ficava satisfeito quando pessoas até mesmo desconhecidas se disponham a ajudar a empurrar minha cadeira ou carregá-la. O apoio dos amigos foi fundamental, mas os olhares alheios...Ah, esses dilaceravam a alma! Não por mim, sabia que dentro em breve estaria andando novamente, mas pelos que nunca puderam ou não poderão andar. Estes serão flechados por toda vida pelo julgo das pessoas que os consideram inferiores e dignos de pena.
A pena é diferente da compaixão. A compaixão se movimenta na direção de apaziguar a dor, solidarizando os atos, nos faz agir em auxílio do outro com a maior naturalidade possível, sem hipocrisia. Nos faz entender as diferenças, eliminando-as. A pena afunda e destrói as esperanças, rebaixando os outros a inválidos e incapazes.
Por isso afirmo, nunca sinta pena de ninguém, somos todos iguais, independente da condição física que nos encontramos. Muitas vezes um corpo fisicamente e aparentemente deformado pode carregar grande elevação moral e intelectual, para quem não conhece se informe sobre quem é Stephen William Hawking, talvez ele tenha compaixão de nós.

Fernando Christófaro Salgado

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Fim e começo

Destruição pode ser
Sussurram bons anjos
Mal necessário
A nos fazer crescer

Crueldade sim
Inútil atitude
Nada tem de valor
Só dissipa a virtude

É preciso cessar
Pra haver recomeço
Nada vem de graça
Tudo tem seu preço

Quitar a dívida
É árdua tarefa
Parcelando o tempo
Adiamos o fim

Caminhar consciente
É ver o futuro
Começar de novo
Sair de cima do muro!

Fernando Christófaro Salgado