Google Website Translator

sábado, 12 de novembro de 2011

Os outros


Sim, nunca ache que você está imune a qualquer decepção. Coisas podem dar errado, é normal em nossas vidas que elas dêem, mas descobrir fatos inesperados que envolvem você e pessoas em você tinha total confiança não é o melhor dos mundos.
É estranho pensar que enquanto você está sendo totalmente aberto e sincero com alguma pessoa, procurando entender e aceitar sua situação, que ela esteja escondendo tudo de você, literalmente te enganando, e ainda sofrendo por dentro, desnecessariamente.
A verdade, por mais que tardia, sempre vem à tona. Talvez não surja de imediato, e é melhor que seja assim. Talvez ela surja apenas quando estivermos prontos para recebê-la, mas nem sempre temos essa sorte.
Bem, não podemos culpar completamente os outros. Suas motivações podem não ser de todo criticáveis, mas com sentimentos alheios não devemos brincar. Em situações insustentáveis, onde seu pensamento esteja constantemente distante da pessoa que você se relaciona, o melhor mesmo é se afastar o mais depressa possível para não fomentar a decepção futura.
Por mais que achemos conhecer os outros, por mais que tentemos compreendê-los, nunca estaremos emparelhados com seus sentimentos mais íntimos. Nunca poderemos compartilhar verdadeiramente o que se passa em suas cabeças senão através das palavras proferidas por eles, que podem, ou não, serem acompanhadas de sinceridade.
A confiança se constrói com o tempo, entretanto pode ser destruída mais rápido que um suspiro. O que pode ser pior, ser traído em pensamentos e sonhos ou fisicamente? A resposta é extremamente difícil.
Os outros vão ser sempre os outros, mas você pode e deve dominar o que pensa e o que sente. Você tem a obrigação, ao menos, de ser sincero consigo e não sofrer e nem envolver outras pessoas bem intencionadas na busca por seus objetivos improváveis.
Espere seu momento. Todos têm a sua hora e irão clarear seus pensamentos com as verdades que lhes cabem, só não envolva pessoas desnecessariamente em sua caminhada.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 17 de setembro de 2011

Basta saber


Existem coisas que ainda não podem ser compreendidas por nós. São diversos questionamentos que não podemos responder. Essa situação, por vezes, nos causa certo desconforto e inquietação. Ansiamos por respostas que nos convençam de que tudo tem um motivo de ser.
Pessoas entram e saem de nossas vidas, mas existem algumas que permanecem por mais tempo. São aquelas com que estabelecemos laços mais fortes, difíceis de serem desfeitos por qualquer intempérie.
Mesmo assim, existe uma hora em que temos que dizer adeus e nos separar daquelas que são mais queridas. Esta hora chega de duas maneiras distintas, ambas causando momentos de dor e tristeza, ou elas nos deixam por livre e espontânea vontade, ou por ter chegado o momento de partir para o plano espiritual.
É difícil aceitar que dessas pessoas não teremos mais notícias, não veremos mais seus sorrisos, não poderemos mais abraçá-las e dizer o quanto elas são importantes para nós. Talvez elas tenham partido sem se dar conta disso ou, se deram conta, e não nos valorizaram o quanto que gostaríamos.
Porém, não é difícil nos pegarmos pensando nos motivos que levaram ao rompimento inesperado de relações que nos faziam tão bem, que nos traziam conforto, segurança e que nos instigavam a planejar um futuro diferente, com protagonistas e em lugares e situações imaginadas que beiravam a perfeição.
Talvez nosso maior problema seja justamente este. Acreditamos poder alcançar uma perfeição que, infelizmente, não seremos capazes de atingir. Não por falta da nossa vontade, obviamente queremos que tudo dê certo no convívio com as pessoas que amamos, porém, esquecemos que o que a gente quer nem sempre é o que acontece e nem sempre é o que os outros querem.
Podemos e devemos planejar nosso futuro, tudo que é bem planejado acaba sendo mais fácil de ser executado. Este planejamento, entretanto, deve girar em torno de certas convicções:
1) Sem o apoio da família dificilmente avançamos em qualquer campo da vida, mas um dia nossos pais, irmãos, avós, tios e primos não estarão mais aqui para nos dar o suporte que tanto precisamos ou para presenciar tudo aquilo que gostaríamos.
2) Mesmo nossos amigos mais próximos podem se distanciar de uma hora para outra e deixar de fazer parte de nossas vidas.
3) Pessoas podem ser inesquecíveis, mas não são insubstituíveis. Não existe um único amor. Só nós mesmo que não podemos ser substituídos por ninguém e perder o amor próprio.
Alguma coisa sempre muda, seja pra melhor ou pra pior. Sendo assim, basta saber que com força de vontade, perseverança, fé e humildade somos capazes de nos adaptar e fazer das mudanças a nossa nova realidade.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Faltando


Falta um botão na camisa,
Falta a moldura do quadro,
Falta luz na escuridão,
Falta você ao meu lado

Na sua ausente percepção
Vês o vazio desse coração?
Foi mesmo paixão passageira?
Tu quiseste minha solidão?

Não temos todas as respostas
Perdemo-nos em nossas carências
Deixamos de nos conhecer
Mesmo diante das evidências

Mas as lacunas aparecem na vida
E só podem ser preenchidas assim
Com o tempo fazendo seu papel
Alterando todas as coisas no fim


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 28 de agosto de 2011

Coisas do coração


Não esperava que fosse lembrar. Sabia que tinha lutado por um longo período para esquecer, realmente, havia muito tempo. Acreditava que, enfim, houvesse conseguido. Mas aquela recordação estava lá, enterrada, profundamente, propositalmente e beneficamente escondida nos confins daquele coração que tanto se magoou, que tanto se decepcionou e foi vítima das justificativas mais incoerentes que se pode receber.
É preciso aceitar que existem coisas que são indeléveis, mesmo contra nossa vontade elas hão de nos acompanhar durante toda a nossa existência. O tempo passa, novas experiências e relacionamentos surgem. O novo sobrepõe o velho, mas é incapaz de apagá-lo ou substituí-lo. Assim deve ser e assim é.
Um coração bate, em média, 70 vezes por minuto, mas existem momentos em que ele parece dar uma parada. Existem momentos em que ele parece estar vazio e sentimos um aperto profundo no peito. Geralmente nossos batimentos cardíacos são para nos manter vivos, entretanto, em várias ocasiões, nosso coração também bate para outras pessoas, que são capazes de alterar (acelerar ou desacelerar) o ritmo desses batimentos, de acordo com suas atitudes e palavras.
Quando abrimos a guarda permitindo que outras pessoas tenham o poder de “interferir” em nosso ritmo cardíaco, passamos a ser guiados por um sentimento que foge ao nosso controle, e ficamos suscetíveis às decisões e escolhas das pessoas a quem confidenciamos nosso coração. É um risco necessário e que gostamos de correr, mas nem sempre existe o cuidado esperado com aquilo que compartilhamos.
As lembranças do que passamos um dia, com alguém, nem sempre representam o que gostaríamos. Por vezes podemos acreditar que o melhor mesmo é esquecer, enterrar o passado, mas não adianta tentar se enganar. Cedo ou tarde nos deparamos com aquela antiga foto, com uma carta que não lembrávamos onde estava guardada ou com amigos em comum.
Uma coisa é certa, as marcas deixadas no coração são mais fortes que as memórias que tentamos deixar para trás.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Rejeição


Tá aí uma palavra que traz consigo uma inevitável dor, não existe rejeição que não entristeça o coração dos homens, sejam crianças, jovens ou idosos.
Desde muito novos aprendemos a nos familiarizar com ela. No teste para entrarmos na escola desejada por nossos pais, na hora da formação de times nas aulas de educação física (onde conhecemos a famosa “panelinha”), nas formações de grupos de trabalho da faculdade, sempre existem os que rejeitam e os que são rejeitados, os que “sobram”, e são encaixados em grupos aleatórios para compor uma formação desejada.
A rejeição nos persegue, infelizmente, por toda a vida. Algumas vezes somos rejeitados pela empresa que trabalhamos ou, ainda, pela pessoa com quem estamos nos relacionando. Podemos ser rejeitados pela nossa classe social, cor, credo, depende apenas do lugar em que estamos e com quem estamos convivendo.
Como dito, ser rejeitado é receber um baque, ter a auto-estima totalmente diminuída e as expectativas todas frustradas. Este sentimento momentâneo é inevitável, mas ele não deve passar disso. Apenas sentimento momentâneo, afinal, com o tempo, devemos adquirir uma blindagem natural contra toda a forma de rejeição.
Nunca nos abatermos por longos períodos. Levantar a cabeça e aprender a nos valorizar cada vez mais, empenhando para melhorarmos em todos os sentidos, estes são os reais motivos de sermos tantas vezes rejeitados.


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 14 de agosto de 2011

Labirintos


Tudo na vida tem um começo e um fim, o que varia é o tempo que demoramos a atingir o desfecho de cada caminhada que nos propomos a realizar ou os caminhos que estamos destinados a trilhar. Durante este percurso é muito fácil nos vermos perdidos, como se estivéssemos em um complexo labirinto, sem saber qual direção devemos seguir.
Por vezes nos abatemos por um sentimento de que somos incapazes de encontrar o caminho correto, isto nos obscurece o pensamento e nos impede de agir de forma sensata, nos deixando paralisados diante das infinitas possibilidades que podemos escolher.
É um paradigma, quem tem muitas escolhas acaba por escolher o mais óbvio e mais cômodo, em vez de se aventurar correndo novos riscos, enveredando na direção de novos desafios.
O medo de errar ou de se arrepender pode fazer com que as pessoas não prolonguem por muito tempo a sua estadia nos labirintos que adentram. É como se elas resolvessem desistir de ver onde vai dar o final e impusessem um fim prematuro à situação, derrubando bruscamente, de uma só vez, todas as paredes e vielas que ainda seriam necessárias para que se desvendasse o mistério de alcançar o final, é bem mais cômodo desistir de prosseguir.
Ir e voltar, errar, tentar de novo, errar de novo, seguir tentando, errar novamente, começar outra vez, quantas vezes não somos obrigados a fazer isto? Não há do que reclamar e muito menos pensar em desistir! Nunca é demais lembrar que errar também é aprender, talvez a melhor forma de aprendizado, pois temos, estranhamente, mais facilidade de guardar na memória os desapontamentos sofridos.
O quanto seria melhor se não sofrêssemos? Porém, são estes reveses da vida que contribuem mais significativamente para nosso crescimento, para nos tornar pessoas mais maduras e fortes.
Não abdiquemos de nossos desafios, por mais difíceis, cansativos, repetitivos ou demorados que eles sejam. Chegar ao final de uma jornada, fechando um ciclo de vida, é sempre uma vitória, prazerosa ou não, mas não deixa de ser uma vitória.


Fernando Christófaro Salgado.


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Apagão criativo


Sei que estou muito, muito longe de ser um exímio escritor, que acentua e pontua corretamente todas as palavras, frases e orações, ou ainda, que segue todas as convenções gramaticais, principalmente após as mudanças, mais ou menos recentes, sofridas por nossa - já bastante complexa - língua portuguesa.
Apesar de não exercer a profissão de escritor, tenho grande apreço pela produção de textos que possam externar meus pensamentos correntes. Não que não tenha pensando em nada nos últimos tempos (muito pelo contrário), mas temo ter sido acometido por um mal conhecido pelos grandes escritores (e artistas em geral), que passam longos períodos sem produzir nada de novo, o “apagão criativo”.
Por vezes minto para mim mesmo e para outros dizendo que é por falta de tempo que não escrevo mais com tanta freqüência, como antigamente. Tempo a gente sempre arruma quando realmente quer, quando tem vontade de fazer, como agora, que estou escrevendo às 01:00h e vou acordar às 06:00h para trabalhar.
Mas o problema não é o tempo. Confesso que me falta outra coisa para que eu possa me sentir a vontade para colocar no papel aquilo que se passa em minha cabeça, é como se as idéias não fluíssem direito, como se algo estivesse travando minha capacidade de expressão.
De fato, não sei explicar o que é. Talvez seja normal que haja um esgotamento criativo quando nos propomos a expor continuamente pareceres sobre nossa vida e suas implicações. Talvez esteja me faltando conteúdo para escrever e embasar meus posicionamentos ou, simplesmente, talvez tenha perdido aquela vontade incessante de produzir.
Enfim, um pouco de tudo isto pode ser verdade...


Fernando Christófaro Salgado.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Além da imaginação


A capacidade da mente humana me fascina cada vez mais. Se fizermos um levantamento de quantas invenções foram feitas nos últimos duzentos anos e que impactaram na vida de todos os habitantes do planeta, teremos um número expressivo de casos.
Do rádio à TV e à internet, da fotografia ao vídeo, dos automóveis aos aviões e foguetes, quem poderia imaginar tantas novidades em um período tão curto de nossa história? Qual seria a explicação para tantos avanços técnicos e científicos?
A explicação mais plausível que me ocorre é que com o passar dos anos, das décadas e séculos, acumulamos um conhecimento que não se perde. Não um conhecimento individual, mas um conhecimento coletivo que se enraíza em nosso DNA.
Somos movidos a desafios e procuramos sempre meios de expandir nossas capacidades, facilitando nosso dia a dia, nossa forma de nos comunicar e de interagir com o meio ambiente que nos cerca, ou além.
Incansavelmente, buscamos respostas para inúmeros questionamentos, e as encontramos cada vez mais rápido. Quando menos esperamos, estamos utilizando uma tecnologia totalmente nova, que antes de existir não fazia falta nenhuma, mas que, com seus diferencias, a princípio, se torna um objeto de desejo e, logo depois de um tempo, passa a ser consumida em massa.
O novo se torna velho muito rápido. Vejamos o caso do videocassete. Por muitos anos ele permaneceu dominante, sendo a única maneira de reprodução de vídeos disponível, até ser gradativamente existindo das prateleiras, com a chegada do DVD.
O DVD, por sua vez, teve um tempo de vida relativamente curto até o surgimento do Blu-Ray, que, apesar de ainda dividir mercado com seu antecessor, já figura como uma opção de equipamento de qualidade superior nas lojas.
Saber o que ainda está por vir, o que podemos esperar de novo, é um exercício que vai muito além da imaginação. A criatividade e capacidade de inovar parecem não ter limites. A ficção e a realidade por vezes se confundem. O que nos resta é tentar acompanhar todas as evoluções e estar por dentro de tudo o que há de novo no mercado pois, cedo ou tarde, seremos influenciados por elas.


Fernando Christófaro Salgado.

sábado, 11 de junho de 2011

As melhores coisas da vida


Não necessariamente nesta ordem, nem restritas somente a esta lista:

– Acordar cedo achando que está atrasado para trabalhar e poder dormir por muito mais tempo.
– Viajar pra lugares ainda desconhecidos, sozinho ou com uma turma bacana.
– Receber o abraço de uma pessoa querida.
– Comer coisas de que se gosta muito e que se tem sempre vontade de comer de novo.
– Dormir esperando sonhar com alguém.
– Sonhar com a pessoa que você queria.
– Beijar quem você ama.
– Fazer amor olhando nos olhos.
– Assistir filmes comendo pipoca quentinha.
– Ouvir músicas e poder avançar nas partes que não gosta.
– Correr pra se esconder de uma chuva repentina.
– Dançar sem se importar com que os outros vão pensar de você.
– Conhecer pessoas novas e interessantes.
– Cantar, mesmo que seja totalmente desafinado.
– Adquirir algo que já desejava há muito tempo e que ainda não tinha recursos pra comprar.
– Estar na presença de amigos verdadeiros com freqüência.
– Encontrar por acaso pessoas queridas e que não vê há muito tempo.
– Abraçar quem não se vê há muito tempo.
– Escrever cartas de amor (em papel, com sua própria letra, mesmo que fique ilegível).
– Receber cartas de amor (escritas em papel, com a caligrafia da pessoa amada).
– Sair pra botecos pra bater papo, beber e comer tira-gostos.
– Assistir ao show de uma banda que gosta, bem perto do palco.
– Almoçar com a família nos dias de domingo.
– Ter fé em um Deus soberanamente justo e bom.
– Receber o reconhecimento por um trabalho bem feito.
– Ter alguém de confiança pra conversar sobre assuntos difíceis.
– Ser convidado pra festas de aniversário, casamentos, formaturas e afins.
– Receber presentes inesperadamente ou inesperados.
– Tomar sol na praia pisando na areia fofa e bebendo uma bebida bem gelada.
– Furar ondas no mar, tomar alguns caldos, levantar e perceber que foi puxado pra longe da barraca que estava.
– Ler um bom livro, que prenda sua atenção do início ao fim.
– Aprender coisas novas e úteis, que sirvam pro seu dia a dia ou profissão.
– Abrir um álbum de fotografias e lembrar-se de momentos ou de pessoas que talvez tenham ficado pra trás.
– Se sentir totalmente seguro no lugar em que estiver.
– Assistir TV debaixo das cobertas em dias frios.
¬– Ter a certeza que existem pessoas que se importam com você, e muito! Talvez mais que imagine.
– Dirigir em dias sem engarrafamento ou em estradas sem buracos (é difícil, mas ainda possível em alguns lugares).
– Ser otimista, mesmo nas piores situações.
– Trabalhar sempre procurando dar o melhor de si.
– Não guardar mágoas ou ressentimentos de ninguém.
– Ter a verdade e a honestidade como guias.

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz!”

Fernando Christófaro Salgado.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Moonlight


Não vejo méritos nela
Mesmo sendo tão bela
Nada faz por merecer
Trapaceia pra aparecer

Quem deveria receber as honras
É relegado ao segundo plano
Apesar de ser a verdadeira estrela
Não aparece nas noites do ano

Mas a questão do momento
Tem a ver com reconhecimento
Uns se evidenciam bem mais
Esquece-se de quem realmente faz

Enquanto a luz que possuímos
Iluminar apenas outros corpos
Nossa vida será sempre assim
Estaremos num esquecimento sem fim


Fernando Christófaro Salgado.

domingo, 15 de maio de 2011

O dilema das diferenças

Um dos provérbios de que mais gosto é o que diz: “Nem tudo que reluz é ouro”, trocando em miúdos, as coisas nem sempre são do jeito que parecem ser. Existem pessoas com pensamentos, sentimentos, valores e atitudes que se confrontam e, em uma primeira análise, são estas diferenças que geram os mais diversos tipos de conflitos, desentendimentos e a famigerada inveja.
Todas as semanas milhares de pessoas tentam mudar de vida apostando nos mais diversos jogos oferecidos pelas casas lotéricas. Visualizam facilmente os luxuosos automóveis que poderão comprar, sonham com viagens pelos mais deslumbrantes lugares do mundo, e planejam viver em belas casas com piscina e todo o conforto, casas que terão o orgulho de chamar de lar.
Chega a ser engraçado pensar que o que é sonho para uns é a mais pura realidade para outros. É sabido que, diante do tamanho da população brasileira, são pouquíssimos os agraciados com prêmios lotéricos. Para tentar mudar de vida e atingir sonhos de consumo só resta aos simples mortais umas das mais antigas atividades do homem, o trabalho.
Infelizmente, não são todos que entendem que as diferenças financeiras que separam os homens não são responsáveis por deixar um rico ou um pobre bem consigo mesmo. Neste contexto, ser diferente é ruim. O rico enxerga o pobre como incapaz e infeliz. Tem medo dos mendigos maltrapilhos que dormem sob os viadutos. O pobre, por sua vez, acaba enveredando pelos caminhos do roubo e do assassínio para conquistar coisas que só os ricos possuem, almeja a vida de rico, sem ter conhecimento dos vícios, exageros e sentimentos de solidão que a riqueza pode trazer.
Cometeríamos grande erro se disséssemos que todos os ricos são mais felizes que os pobres, de outra forma, não teríamos celebridades e grandes empresários cometendo suicídio. Não teríamos gente com muito dinheiro vendo seus entes queridos serem seqüestrados e mortos por viverem o sonho dos outros. Também não veríamos o sorriso largo no rosto de gente simples, de bem, que apesar de morar em favelas, sabe conviver com as diferenças que sempre hão de existir e trabalham dia a dia, com o intuito de encontrar caminhos para uma vida melhor.
As diferenças existem em todos os âmbitos de nossas vidas. Nas classes sociais, na religião, no futebol, na política, no sexo e nas experiências únicas por que passamos. Ser diferente é bom ou ruim? Depende apenas de como você enxerga e vive sua vida.


Fernando Christófaro Salgado.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Conto das montanhas nevadas


Mudam-se as estações, muda-se o clima, mudam-se as paisagens, em um curto espaço de tempo tudo pode mudar. O inverno já se apresentava vigoroso, mas naquelas montanhas de elevada altitude, onde a branquidão da neve deveria reinar, o verde dos pinheiros e a secura da grama ainda dominavam as cordilheiras.
Era como se faltasse algo para preencher o ambiente, deixando-o estranhamente triste. As montanhas sentiam-se solitárias, como se ninguém se importasse com elas. De fato, sem sua cobertura especial, elas se tornam tão comuns quanto qualquer coisa que não nos chama a atenção.
E era assim a maior parte do ano, sem visitantes, sem diversão, sem nada de diferente. Porém, calejadas pelo tempo, as montanhas sabem esperar por seu momento de triunfo. Para completar aquele vazio elas aguardam cair o primeiro floquinho de neve, o responsável inicial por revigorar toda a sua beleza, por atrair pessoas que possam fazer daquele lugar tão frio um lugar prazeroso de se estar e, em contrapartida, elas sempre se aprazem com o calor humano e com toda a energia que recebem dos turistas, vindos dos mais diversos países.
Infelizmente, o período de duração de toda a atratividade que a neve traz é relativamente curto e, apesar de, em alguns lugares, haver neve constantemente, como nos elevados picos, as montanhas esperam mesmo, a cada ano, é que chegue logo a hora de nevar sem parar e que tudo se cubra com o branco mais branco, que faça confundir o chão com os céus carregados de nuvens.
Por fim, mesmo com a ansiosa espera elas lembram que os primeiros floquinhos sempre caem, logicamente, em seus pontos mais altos e os presenteiam com um lugar que não pode ser alterado pelas variações climáticas. Dada a sua importância eles sempre terão espaço especial, reservado, bem lá no alto.


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Algumas vezes

Algumas vezes sinto-me triste, por outras me sinto sozinho. Em dias com céu nublado tenho o pensamento embaçado. Comungo com a natureza mudanças em meu estado, não enxergo nenhuma beleza, sigo desanimado.
E na minha solidão reconheço, talvez seja por que mereço ou por falta de apreço, mas estar só é só uma opção, que nem sempre é a melhor, mas não chega a ser a pior.
Também hei de dizer que me canso, faço coisas que me desagradam, me irrito e discordo dos outros, deixo pra lá muitas coisas e lembro outras tantas sem relevância.
Volto o pensamento à infância, pro tempo em que tudo era mais fácil, mas será que era mesmo? Aprender a escrever sem erros de concordância, somar, multiplicar, subtrair e dividir, até hoje acredito que a maior dificuldade da maioria da população é em fazer divisões. Se numa casa com duas pessoas compram-se dez laranjas por semana e consomem-se cinco, as outras cinco apodrecem na fruteira, mas não são compartilhadas com quem realmente precisa.
Ainda falta dizer, há ocasiões em que me decepciono, espero coisas que não acontecem, mesmo que eu quisesse, nem tudo depende de mim. É como quando fico doente ou me machuco, fatos inesperados que geralmente causam algum tipo de dor.
Infelizmente nada cai do céu, cada dia uma conquista, um novo aprendizado. Mesmo aos trancos e barrancos, diante de tantas dificuldades e conflitos internos e externos, não devemos esmorecer, somos todos iguais e ao mesmo tempo diferentes em muitos aspectos.
Algumas vezes será que me pareço com você?


Fernando Christófaro Salgado.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Posso ser seu anjo?

Não possuo asas pra voar
Mas sempre vou te amparar
Se estiver em queda livre

Não posso fazer milagres
Mas tentarei o impossível
Para que se sinta feliz

Não posso estar em toda parte
Mas mesmo bem distante
Estarei sempre contigo

Não posso fazer suas escolhas
Mas mesmo discordando de ti
Irei entender seus motivos

Não posso prever o futuro
Mas pra sempre cuidarei de ti
Posso ser seu anjo?


Fernando Christófaro Salgado.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Amor e Dedicação

Em 1994 o prêmio Nobel de Economia, no valor de 930.000 dólares, distribuído anualmente pela Academia Sueca de Ciências, foi dividido entre um alemão e dois americanos, por sua contribuição para estabelecer os fundamentos da teoria dos jogos.
A teoria dos jogos transformou o mundo dos negócios e substituiu a economia clássica baseada na pura competição.
Criada na década de 1940, grande parte da sua base matemática foi desenvolvida por John F. Nash em sua tese de doutorado na Universidade de Princeton.
Nash foi um dos ganhadores do prêmio Nobel. Nascido em 1928, na Virgínia ocidental, Nash estudou matemática no Instituto de Tecnologia Carnegie e em Princeton. Em 1951 passou a integrar a equipe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts.
O que ressalta em sua vida, entretanto, não é a sua genialidade, mas o grande martírio que foi a sua vida.
Com diagnóstico de esquizofrenia, ele foi recolhido a um hospital psiquiátrico e submetido, inclusive, a choques por insulina.
Ele tinha, segundo os médicos, alucinações, ilusões, que o levavam a imaginar conspirações internacionais e a se acreditar capaz de impedir um grande problema mundial.
Também afirmava receber ordens de determinadas pessoas, invisíveis aos demais.
Fosse a sua imaginação ou fossem espíritos que o atormentassem, dentro do seu quadro de quase loucura, o que importa é que ele superou a dificuldade.
Em todos os momentos, inclusive nos das maiores e piores crises de quase loucura, sua esposa esteve com ele.
Alícia dispôs-se a mantê-lo em casa mesmo quando, por recomendação médica, que o julgava perigoso, deveria retornar para o tratamento no hospital e se submeter, outra vez, aos choques e medicação mais potente, a fim de impedir a loucura total.
“Quer saber o que é real?” – pergunta ela ao marido. E, tocando-lhe a face com muito carinho, diz: “isto é real.”
Depois toma a mão dele e a coloca em seu próprio rosto, repetindo: “isto é real.” Em seguida leva a mão ao coração, fazendo-o sentir o pulsar descompassado e torna a afirmar: “isto é real.”
Finalmente, ela lhe diz: “talvez a parte que saiba que tenha que acordar de um sonho não esteja em seu cérebro. Talvez esteja em seu coração.”
Ela apostou na sua melhora. E ele correspondeu. Com esforço incrível, sendo muitas vezes motivo de risos dos estudantes, ele retornou para a Universidade de Princeton, com permissão de assistir algumas aulas e freqüentar a biblioteca.
Lutou bravamente para não atender aos rogos e ordens dos personagens invisíveis que o atormentavam e conseguiu reaver sua cadeira de professor.
Na noite de dezembro de 1994, ao receber o seu prêmio, em Estocolmo, o discurso de Nash foi emocionante:
“Sempre acreditei nos números. Nas equações e na lógica que leva à razão. E após uma vida toda de buscas, pergunto: o que realmente é a lógica?”
Quem decide a razão?
Minha procura me levou através do físico, do metafísico, do ilusório e de volta. E fiz a descoberta mais importante da minha carreira.
A descoberta mais importante da minha vida. É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer lógica ou razão pode ser encontrada.”
E, olhando para a esposa, emocionada, na platéia, completou: ”só estou aqui esta noite por sua causa. Você é a razão de eu existir. Você é todas as minhas razões.”

***

Quem ama sempre se transforma em mártir do amor.
Ante o amor, a dificuldade torna-se desafio, a dor se faz teste, a enfermidade constitui resgate, a luta se converte em experiência, a ingratidão ensina, a renúncia liberta, a solidão prepara e o sacrifício santifica.

Fonte: Equipe de Redação do Momento Espírita com base no livro do ano da Enciclopédia Mirador, vol. 1995, item Prêmio Nobel de Economia, no filme “Uma mente brilhante” e no livro Repositório de Sabedoria, vol. 1, Verbete Amor, Divaldo Franco.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Não tenha medo do futuro

Estive refletindo e cheguei à conclusão de que o futuro é, nada mais nada menos, do que uma questão de fé em si mesmo.
Todas as vezes que acreditei que poderia ser “engolido” pelas circunstâncias que atormentavam minha vida no presente e que poderiam interferir negativamente no que eu projetava para meu futuro, fui abatido por grande frustração.
Uma das piores coisas que podemos sentir é a falta de direcionamento, que tem suas bases na indecisão e na insegurança sobre o que há por vir. Estar sem rumo é como estar em um complexo labirinto, onde a falta de conhecimento, preparação e experiência nos deixa praticamente sem saída.
Quando não temos a quem recorrer (ou temos e não recorremos) e se não conseguimos visualizar possibilidades de solução para nossos problemas podemos ser abatidos pelo desespero. Não me refiro aqui a um desespero desenfreado, enlouquecedor, mas a um tipo de desespero que nos consome pouco a pouco, que vai correndo nossas esperanças e pode chegar a instalar profunda depressão em nosso estado de espírito.
Deixar de acreditar em nós em mesmos e em nosso potencial se equivale a vendar os olhos e seguir em frente, se entregando à sorte e se subjugando ao tempo, que passa a ser o senhor de nosso destino.
Cada um deve ser protagonista de sua própria história, deve se capacitar para pilotar o próprio barco sozinho, nunca o deixando à deriva. Tempestades vez ou outra irão ocorrer, mas se estivermos preparados emocional e espiritualmente, não haverá o que temer.


Fernando Christófaro Salgado.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Aprendendo a cada dia

Qual é nosso objetivo enquanto seres imperfeitos, com sentimentos e conflitos internos que impedem o apaziguamento da nossa alma, senão, o de nos doutrinarmos em constante aprendizado?
Pela dor ou pelo amor, através de experiências negativas ou positivas, nos são apresentadas diversas oportunidades para aprender, cabe a nós buscar identificar estas oportunidades e trabalhar para que elas rendam modificações em nossa maneira de ser e agir, de forma que possamos expelir gradativamente todos os pensamentos de ordem inferior que habitam nossas mentes.
Como dito, antes tudo, é preciso que estejamos aptos a aceitar mudanças. Ninguém aprende de verdade sem que elas ocorram, ninguém evolui em qualquer campo da vida sem a mudança, sem fazer algo diferente, sem aceitar os próprios erros e sem procurar entender os erros dos outros, sem buscar melhorar.
O que pensamos e acreditamos hoje pode não ser ainda a verdade que se revelará amanhã. Nosso entendimento é restrito àquilo que conhecemos e vivenciamos e, de certo, ainda temos um caminho longo a percorrer até que consigamos ter todas as nossas dúvidas esclarecidas.
Devemos cada um de nós, no seu tempo e à sua maneira, refletir sempre ao final do dia e agradecer pelas oportunidades de aprendizado a que fomos submetidos, tentando sempre aproveitá-las da melhor maneira possível.


Fernando Christófaro Salgado