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segunda-feira, 12 de abril de 2010

Um bom preço

O cantor Humberto Gessinger, da banda Engenheiros do Havaí, entoa em sua música chamada “O Preço”: “O preço que se paga às vezes é alto demais...”.
Estive me questionando sobre o que seria um bom preço a se pagar pelos nossos desejos, sonhos e escolhas e me veio à cabeça a máxima “Custe o custar!”.
Dizem que tudo tem um preço, porém, a precificação varia bastante para um mesmo produto ou serviço. O único propósito das medidas é o de termos base para comparações, sendo o preço uma unidade de medida de valor monetário, porém, quando precificamos um produto ou serviço, estamos dando a eles um valor arbitrário, pois mesmo após cobertos todos os custos de produção, ainda podem ser embutidos valores intangíveis como a representatividade da marca ou o glamour evocado.
Apenas para elucidar, uma fábrica de malhas produz camisas pólo e distribui para diferentes compradores. A empresa “A”, detentora de uma marca famosa, adiciona sua logomarca na camisa, enquanto a empresa “B”, desconhecida do grande público, vende a camisa da mesma forma que comprou. Se paga, em alguns casos, várias vezes a mais pela camisa vendida pela empresa “A”, sendo que a camisa vendida pela empresa “B” era, até então, idêntica a ela.
Para uma parcela da população o preço da camisa da empresa “A” pode parecer absurdo, mas para a outra mais abastada é considerado normal dispendiar o valor determinado pelos comerciantes para obtenção de seu objeto de desejo.
Eis o ponto em que queria chegar. Sob esta ótica, o preço nunca é alto demais, ele é relativo e depende da análise crítica e do poder aquisitivo de quem pretende adquirir um bem ou serviço. Mas não é sobre este preço que trata a música citada, apesar de podermos fazer uma comparação com ele, onde as medidas ficariam de fora.
Cada pessoa enxerga, sob seu ponto de vista, o peso de sua carga, ou seja, o preço que terá que pagar para obter aquilo que almeja. Enquanto uns acham que pagam um preço alto demais por ter tomado determinada decisão, pode ocorrer que para outras pessoas a mesma decisão seja vista como simples e corriqueira. É algo que não podemos medir; como os valores intangíveis adquiridos por produtos ou serviços.
Então o que seria um bom preço? Um bom preço é aquele que segue nossas convicções, que está dentro das nossas possibilidades de cumprimento da dívida ou do que tiver sido acordado, que não nos trará transtornos no futuro. Um bom preço é aquele que deixa nossa consciência tranqüila, caso contrário ele poderá ser tornar alto demais.


Fernando Christófaro Salgado.

Um comentário:

  1. Depois que a gente se propõe a pagar o preço que a vida cobra, e ela cobra sempre, tudo parece ficar mais leve, e ao mesmo tempo, as coisas realmente importantes, ficam impagáveis, como aquela propaganda, não tem preço!
    De qualquer forma, sempre vale a pena...
    Beijos

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