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quarta-feira, 23 de junho de 2010

A maior deficiência do homem

Há tempos venho querendo abordar este assunto que, a cada dia que passa, considero, cada vez mais, que seja uma das maiores deficiências existentes nas relações humanas. Talvez não tenha propriedade tanto, mas gostaria que acompanhassem minha linha de raciocínio.
Não se pode negar que um dos pilares de nosso desenvolvimento moral e intelectual tenha sido a evolução da forma como nos comunicamos. A partir dos gestos e sons que antes emitíamos, comuns aos outros primatas, foram se criando as diversas línguas e, com o refinamento dos movimentos e a necessidade de se manter registros mais apurados e bem descritos de nossas realizações e idéias (antes, demonstradas através de desenhos), houve o surgimento da escrita.
As portas para alcançarmos o mundo sem sair de casa foram abertas. Até pouco tempo atrás, antes da globalização, do crescimento vertiginoso da internet e do surgimento dos telefones celulares, nossa comunicação a longas distâncias era feita basicamente através de cartas de papel ou de telefonemas extremamente caros.
Apesar de hoje possuirmos toda a tecnologia capaz de nos aproximar, através de e-mails, redes sociais, web cams e programas de mensagem instantânea, ainda estamos longe de atingir uma comunicação efetivamente eficiente e eficaz.
Para entender os conceitos, quando temos uma pessoa que é eficiente, porém não é eficaz, ela nunca alcança os resultados. Ao passo que, aquela que é eficaz, mas não é eficiente tem algumas chances de atingir o sucesso. Eficiência é uma potencialidade para produzir um resultado, mas só quando se verifica esse resultado se pode falar de eficácia. Ou seja, alguém pode ser eficiente, por possuir competências para a produção de um resultado, mas ser ineficaz por nada fazer ou fazer pouco para produzir o resultado esperado e possível.
Por exemplo, em uma empresa surge um problema que é discutido através de e-mails por um grupo de pessoas. Todos apresentam suas opiniões e emitem seu parecer quanto ao assunto, respondendo sempre as dúvidas que surgem, mas, após o prazo estipulado pela diretoria, ninguém emite uma solução concreta e definitiva. Os participantes do grupo foram eficientes ao participarem ativamente da discussão, mas não foram eficazes, pois não resolveram o problema.
Geralmente, acreditamos que somos eficazes ao nos comunicarmos, uma vez que conseguimos transmitir o que desejamos, mas na verdade, muitas vezes aquilo que pretendemos passar para o outro toma outra conotação. Nem sempre a forma como nos expressamos é entendida da mesma maneira que imaginamos por todos os receptores da mensagem.
Outra situação comum, que ocorre mesmo com todas as facilidades que temos hoje para nos comunicar, é a ausência de comunicação. Existem pessoas que esperam que suas mensagens e informações sejam captadas por osmose ou que, como numa bola de cristal, possam ser vistas e compreendidas sem qualquer explicação.
A maior deficiência do homem é acreditar que todos os outros são iguais a ele, que pensam e agem da mesma forma, que entendem tudo da mesma maneira. Acreditar que sempre se expressa de forma clara e concisa, impossibilitando que surja qualquer tipo de dúvida.
Pessoas são diferentes, sendo assim, precisamos nos comunicar de diferentes maneiras para nos fazer entender da forma desejada, seja dando mais atenção, seja através de um desenho, de um feedback mais direcionado, o que importa é transmitir a mensagem e ter a certeza que ela foi recebida e bem compreendida por todos que quisermos atingir.


Fernando Christófaro Salgado.

2 comentários:

  1. É verdade Fernando. Mas no meio disso tudo tem um complicador: as pessoas muitas vezes, não sabem escrever direito, não conhecem a linguagem vernacular e aí fica difícil transmitir o pensamento ao ponto de fazer-se entender. Usam palavras ambíguas, não sabem argumentar. Por outro lado, aquelas que tem conhecimento da linguagem, muitas vezes omitem explicações porque entendem que são óbvias demais e que portanto, não precisam ser ditas. Lêdo engano. É preciso dizer o óbvio, porque, o que é óbvio para alguns, pode não o ser para outros. Resultado: falha na comunicação. Acredito que, resolvidos esses dois probleminhas, muita coisa melhora na arte de comunicar. Bjsssss

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  2. Fernando,

    fazemos a projeçlão nossa nos outros. Somos eficientes em dar opinião, mas deficientes em resolver problemas. O que nos leva a questionar o homem. Hoje, qunato mais globalizado, mais distante fica o homem de si mesmo pois há a necessidade de interagir com o mundo. Mas sem a nossa própria interação, como fazê-la com o mundo, não é mesmo?
    Num mundo de disputa, a nossa insegurançavem a tona pois a vida e desafios do cotidiano nos forçam a mostar o que somos. Se podemos esconder as nossa deficiências aos amigos, àqueles que não os são, fica evidente a insegurança. Pois observamos muito os outros para, não seguí-los, mas para rebaixar ao seu nível. Infelizmente o mundo está assim, mas consequências criadas pelo próprio homem.
    Mas é o caminho para a nossa depuração. É pela constante luta é que vamos nos burilando. Os desafios são para isso, não é mesmo?

    Meu amigo, mais uma vez escrevo demais. Me desculpé!!!

    Um grande abraço!!
    E um excelente fim de semana!!!

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