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segunda-feira, 19 de abril de 2010

Extirpando o medo

Durante nossa vida é necessário experimentemos toda a sorte de sentimentos, do mais cruel e difícil de ser suportado ao mais suave e revigorante possível. Como uma montanha sem fim, somos feitos de altos e baixos e, em uma análise profunda, são estes contornos que acabam nos tornando mais belos, como as paisagens esculpidas por Deus.
Porém, o processo é lento, assim como na natureza, não nos elevamos de simples poeira à montanha rochosa da noite para o dia. São necessários anos, séculos, talvez milênios para que ocorram mudanças nas formações geográficas de nosso planeta e durante este tempo ocorrem tempestades, furacões, erupções vulcânicas, terremotos, todos à primeira vista causadores de dor e desastres, mas sem eles a conformação atual do planeta seria outra completamente diferente e talvez nem estivéssemos aqui. Sem a revolução constante causada pelas forças da natureza tudo seria diferente.
Assim como a Terra, vamos crescendo e nos desenvolvendo lentamente, e também precisamos ter nossas revoluções internas para progredirmos e nos adaptarmos ou superarmos todas as adversidades que surgem.
Algumas vezes descobrimos coisas que pensávamos que não éramos capazes de fazer. Mas esta descoberta não surge de forma diferente de nenhuma outra, retirando-se os casos em que a sorte conspira a favor, não há outro meio de descobrir algo que não seja através da experimentação, ou da tentativa e erro.
Já ouvi dizer que um dos grandes medos do homem é o medo da mudança, mas creio que antes deste venha o medo de errar. Não é a mudança em si que gera medo, este medo tem origem no medo de errar, que por sua vez surge das situações de insegurança (não conseguir atender ao que os outros esperam) de auto-cobrança (não admitir que possa errar) e de fraqueza de espírito (medo de sofrer).
O medo é como uma árvore cheia de galhos que se multiplicam e te abraçam impedindo o movimento. Diante do medo, se permanece no erro, pois a tentativa de mudança fica aprisionada e esquecida na mente. Para progredir é preciso mudar e para mudar é preciso eliminar o medo de experimentar.
Apesar de ser considerado um mecanismo de auto-defesa em algumas situações onde o estado de alerta e cuidado são realmente necessários, o medo geralmente atrapalha, e muito, nossas relações com os outros e nosso próprio auto-conhecimento.
Já algum tempo resolvi extirpar o medo de minha vida e o foco inicial foi justamente o medo de errar. Não existe nada que seja irreversível e aprendi a aprender com meus erros, de forma que tento sempre enxergar o lado bom das coisas. Foi fácil? Definitivamente não, mas hoje me sinto bem melhor e agradeço a Deus por ter este entendimento.
Uma pessoa sem medo não se torna uma pessoa inconseqüente, ela apenas está aberta para novas experiências e descobertas. São estas últimas que promovem as mudanças por que precisamos passar para acumular todo o aprendizado que nos tornará, gradativamente, pessoas melhores, mais fortes e mais completas, como cordilheiras que parecem ser feitas para tocar o céu.


Fernando Christófaro Salgado.

2 comentários:

  1. Meu amigo Fernando,

    permita-me discordar um pouco do teu argumento bem colocado.
    O medo, faz parte do instinto animal, como vc disse. Em forma de defesa, é um instinto que não extingue. Quanto a sua extrapolação, é a falta de confiança em si mesmo, dando consequencia à insegurança que exterioriza.
    Sinceramente não acredito em alguém sem medo, pois é um instinto, mas que sabe dominar este medo. Isso, sem dúvida, é uma conquista moral pois requer coragem e consciencia de mudar.

    Meu querido amigo, depois de um tempinho longe (do PC), estou de volta.

    Um grande abraço,
    Jorge

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  2. Meu amigo Fernando,
    Coragem de encarar a vida, de frente, peito aberto é essencial.
    O medo, sem dúvida, é um mecanismo de preservação, mas jamais pode tolher o indivíduo.
    Um grande abraço

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