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sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nunca sinta pena!

Acredito que não devemos sentir pena de ninguém. Calma! Não sou radical e sem coração. Vou explicar o por quê! Entendo que quando sentimos pena dos outros na verdade estamos nos recriminando diante da impossibilidade de agirmos e alterarmos o estado da pessoa ou nos colocamos no lugar do outro imaginando como lidaríamos com determinada situação ou deficiência se fôssemos nós a encará-la.
Falo com conhecimento de causa. Tive de realizar uma cirurgia no joelho esquerdo para aliviar a pressão que meus ossos estavam fazendo nos ligamentos laterais e que me causava bastante dor. Na ocasião, após a cirurgia, tive que enfaixar e imobilizar a perna esticada. Por uns 3 meses tive que usar cadeira de rodas para ir para a faculdade e me locomover. É uma sensação muito ruim perceber que as pessoas têm pena de você, os olhares lastimosos e às vezes involuntários revelam que ser ou estar diferente causa um impacto nos outros que eu não podia imaginar antes de passar por isso.
Na época ficava satisfeito quando pessoas até mesmo desconhecidas se disponham a ajudar a empurrar minha cadeira ou carregá-la. O apoio dos amigos foi fundamental, mas os olhares alheios...Ah, esses dilaceravam a alma! Não por mim, sabia que dentro em breve estaria andando novamente, mas pelos que nunca puderam ou não poderão andar. Estes serão flechados por toda vida pelo julgo das pessoas que os consideram inferiores e dignos de pena.
A pena é diferente da compaixão. A compaixão se movimenta na direção de apaziguar a dor, solidarizando os atos, nos faz agir em auxílio do outro com a maior naturalidade possível, sem hipocrisia. Nos faz entender as diferenças, eliminando-as. A pena afunda e destrói as esperanças, rebaixando os outros a inválidos e incapazes.
Por isso afirmo, nunca sinta pena de ninguém, somos todos iguais, independente da condição física que nos encontramos. Muitas vezes um corpo fisicamente e aparentemente deformado pode carregar grande elevação moral e intelectual, para quem não conhece se informe sobre quem é Stephen William Hawking, talvez ele tenha compaixão de nós.

Fernando Christófaro Salgado

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