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terça-feira, 21 de julho de 2009

Castelos de areia

Em meio a bilhões de pessoas no mundo, dentre as que não vivem em regiões litorâneas, muitas, já com idade avançada, nunca tiveram a oportunidade de estar frente a frente com a maravilha dos mares, de colocar os pés na areia e de sentir a força das ondas. Mas com toda a certeza todos os habitantes da Terra já brincaram de construir castelos de areia e muitos continuam brincando por toda a vida.
Os minutos de nossas vidas se resumem a grãos que vão se acumulando e tomando formas variadas. Com o passar do tempo vamos construindo nossa história e alguns momentos de nossas vidas podem ser representados por castelos de areia.
Sem a ação do vento e longe da ação das marés eles duram e nos trazem grande satisfação, mas se forem construídos no lugar e no tempo errados se dissolvem com extrema facilidade e, com eles, rapidamente se vão embora todo o esforço e alegria proporcionados pela realização do trabalho de erguer uma grande, porém, frágil estrutura.
Lutamos para que as coisas em nossas vidas se estabilizem, mas nos esquecemos de formar bases concretas para dar sustentação às nossas decisões. Deixamos que nossos planos sejam destruídos por falta de planejamento, por achar que não há nada que possa interferir em nossos projetos. Damos uma dimensão que não é real para determinados sentimentos e valores, criando uma atmosfera de completude a nossa volta que em verdade esconde um grande vazio.
Muito tarde percebemos que castelos de areia são coisas de criança e que precisamos nos munir das rochas mais resistentes para edificarmos fortalezas que nos ajudem a suportar as pressões e vicissitudes do dia a dia. Fortalezas que não sejam destruídas mesmo pela ação das maiores forças da natureza e do homem.
Desta forma, castelos de areia são como alegrias passageiras, formados na inocência e com previsão certa de serem extintos. Alegrias em que muitas vezes insistimos em nos enganar e depois sofremos por não termos buscado na hora devida alternativas que nos auxiliassem a abrir os olhos e enxergar que estavam era de brincadeira conosco.

Fernando Christófaro Salgado

Um comentário:

  1. Você tem toda razão. Devemos fortalecer os valores mais puros para nos sentirmos sólidos e fortes para enfrentarmos as provas do dia-a-dia, que nem sempre são fáceis. Parabéns pelo blog.

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