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segunda-feira, 22 de junho de 2009

Descompasso necessário

Imaginem se todas as coisas que fizéssemos dessem certo. Tudo na primeira tentativa, sem ninguém nos ensinar nada. Se já nascêssemos sabendo tudo, sem nada pra descobrir, sem novas experiências e desafios. Se todas as nossas escolhas fossem acertadas e o erro não existisse em nossas vidas. Se não sentíssemos dor nem ficássemos doentes. Se a dúvida não nos afligisse. A princípio seria uma ótima idéia, mas suspeito que a vida, com o tempo, se tornaria bastante monótona e sem sentido.
Tudo tem seu motivo de ser. Somos acometidos por diversas formas de provas constantemente. Umas podem parecer mais duras que as outras, mas independente da intensidade e da forma com que sofremos o objetivo é sempre o mesmo, nosso aprendizado contínuo.
Quando crianças aprendemos rápido porque erramos muito, não temos medo de errar pois não conhecemos muita coisa, experimentamos e de tentativa em tentativa vamos descobrindo que podemos fazer mais e aprender cada vez mais. Quanto mais envelhecemos mais difícil fica de aprender, limites nos são impostos por nós mesmos e pela sociedade e o medo de errar nos impede de avançar nos campos profissional, moral, espiritual e afetivo.
Vivemos em um constante descompasso, procuramos sempre as pessoas que idealizamos e acreditamos que elas serão as únicas que servirão para nós, não admitimos nossos erros e sofremos quando não somos correspondidos ou bem aceitos. Esquecemos que os outros também depositam suas expectativas em nós. Esse jogo de sentimentos que se desencontram é necessário para tornar mais forte e verdadeira nossas convicções e decisões nos relacionamentos que desenvolvemos.
Se a cada prova por que passarmos, seja ela uma doença, um acidente grave, a perda de um ente querido, uma cirurgia delicada ou uma decepção amorosa, conseguirmos manter nossa fé e entendermos que os descompassos da vida são necessários para aprendermos a suportar e contornar com mais serenidade as novas provas que virão, estaremos caminhado um passo a mais em nossa caminhada evolutiva.

Fernando Christófaro Salgado

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