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domingo, 14 de junho de 2009

O medo do desconhecido

Tudo o que é diferente, que não está dentro do que estamos acostumados, nos causa desconforto. Quando crianças, temos medo do escuro, medo de ficarmos sozinhos, medo de mudarmos de escola. Na verdade estes medos como muitos outros, se prolongam durante nossas vidas, adquirindo outras feições e proporções.
O temor do desconhecido é gerado, em grande parte, pela nossa incapacidade ou relutância em mudar ou em nos aproximar de algo ou alguém diferente dos nossos padrões. Conheço pessoas que têm medo de andar de ônibus sozinhas, em plena luz do dia, outras que têm medo de passar perto de um mendigo ou ainda algumas que têm medo de dirigir mesmo tendo tirado carteira há vários anos. Existem pessoas que se prendem em relações desgastadas e sacrificam sua própria felicidade por comodismo, por acreditar que poderão ficar sozinhas caso escolham outro caminho para suas vidas.
O medo de conhecer ou se aproximar de pessoas desconhecidas se apresenta em diversas situações. Por exemplo, em festas ou eventos muitos homens relutam em se aproximar de uma mulher com receio de não serem bem aceitos ou de ouvirem coisas que não gostariam. Esquecemos que, com uma determinada pessoa, a chance de errar é sempre a mesma de acertar. Se retrair e não expressar as suas vontades torna nula qualquer atitude pensada.
Façamos uma matemática simples para o melhor entendimento desta questão. O nosso pensamento ou vontade representa 100% do que gostaríamos de ter em determinado momento, nossa incapacidade de lutar para efetivar estes sentimentos representa 0%, ou seja, anula todas as nossas chances de mudança do statu quo. A tentativa de alterar este estado nos leva a dois caminhos que se dividem igualitariamente, temos 50% de chance de efetivarmos os nossos anseios e 50% de não efetivarmos. Temos desta forma, sempre que tentarmos alterar o estado de alguma coisa, 50% de chance de sermos bem sucedidos. Se não tentarmos nunca saberemos o resultado, voltando para a situação de nulidade.
Ora, a meu ver, ter metade da chance de acertar será sempre melhor do que não tentar, porque mesmo que a empreitada dê errado com o erro também podemos aprender alguma coisa ao passo que se nada fizermos o nada iremos colher.
Não é minha intenção afirmar que não devemos ter medo, o medo é um sentimento que nos ajuda a descobrir nossos limites, mas acredito que para expandirmos estes limites temos que nos valer de nossas chances de acertar, enfrentando e descobrindo o que for desconhecido.

Fernando Christófaro Salgado

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