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quinta-feira, 4 de junho de 2009

O que os olhos não vêem

Já conheci cegos, surdos e mudos, aleijados e todo o tipo de gente, altos demais, baixos demais, gordos ou magros demais. Por estarem fora do padrão considerado “normal”, existe a tendência de tratá-los como criaturas inferiores ou incapazes.
Existe também um padrão de beleza que é cultuado e almejado por muitos. A indústria da beleza mexe com a cabeça de bilhões de pessoas que buscam a satisfação íntima entendendo que alterando suas características físicas passarão a ter maior aceitação social.
Decerto que aquele que não se sente bem consigo mesmo deve, se possível, alterar seu corpo para elevar sua auto-estima e para se aceitar melhor, porém não acredito que com cirurgias plásticas se consiga o apreço, amor e consideração de outras pessoas. Para aqueles que lhe são próximos e que se importam realmente com você não será uma mudança física que irá alterar isso. Nem para a conquista de novas pessoas. O que as pessoas vêem é apenas a nossa casca, que pode sofrer toda sorte de alteração. Podemos nos bronzear, tatuar, cortar, furar e enfim envelhecemos.
Ao contrário da beleza física que só se degrada a beleza interior pode crescer continuamente, em outras palavras, o corpo, independente da forma, tem sempre o mesmo destino, mas o espírito não tem forma e carrega a essência de cada um. Essa essência os olhos não podem ver, mas ela pode ser sentida através dos nossos atos. Ela pode ser trabalhada e ampliada e é a percepção dela que gera os reais conceitos que os outros fazem de nós.
Desenvolver a nossa essência, o nosso eu, é o caminho para enxergamos nos outros a essência deles e não apenas suas características exteriores.
O corpo é apenas o meio com que o espírito se mostra para o mundo. A capacidade, a beleza e a grandeza de cada um residem na amplitude da alma.

Fernando Christófaro Salgado

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